Acertou em cheio! Disparou com mestria a fisga de infância. Uma pedrinha arredondada não falhou a nádega esquerda da irmã!
Pobre coitada! Soltou um berro esganiçado. Saltou, enquanto levou as mãos ao traseiro na esperança de aliviar a dor inesperada. De imediato, tornou-se o centro da atenção dos convidados. Para piorar, despejou o champanhe em cima da senhora com quem conversava. Mais um grito. Ainda por cima, desequilibrou-se e partiu um salto.
Depois da surpresa inicial, os presentes começaram a rir. (Vamos ser francos. Teve piada!) Não tardou até uma gargalhada colectiva tomar conta do jardim.
Já ela... Sentiu tanta vergonha! Aplicou-se ao máximo para organizar aquela festa na casa dos pais, da vila do interior onde passou a meninice. Comprou um vestido de gala, junto com uns sapatos lindos. Arranjou o cabelo. Não poupou, nem dinheiro, nem esforços. Transformou-se numa mulher de sucesso na cidade e fazia questão de mostrar àquelas gentes isso mesmo.
Agora estava no chão. Gozada por todos. Ficou furiosa. Olhou para cima e viu o irmão a rir como um desalmado na janela do quarto. Aquela brincadeira não ia ficar impune! Já não era uma miúda franzina para suportar as humilhações das travessuras dele. Não tinha idade para chamar os pais para virem em seu socorro. Nem um valente puxão de orelhas ia resolver a situação. Era tempo de se vingar!