quinta-feira, novembro 26, 2020

A banca do Cotão


Cotão! Quem quer Cotão! 

Cotão da mais alta qualidade criado naturalmente dentro de um umbigo peludo! 

Cotão! Compre aqui o seu Cotão! 

Não encontra melhor do que este em lugar nenhum! Receita caseira feita apenas com ingredientes naturais! Cotão que surge naturalmente de um dia para o outro em habitat com as melhores condições para produzir um produto de excelência! 

Cotão! Venham comprar o nosso Cotão! Colhido pela matina logo ao acordar!

Não sei como nasce o Cotão, a ciência deve ter alguma explicação mas eu não a quero compreender. Prefiro acreditar que nasce do Éter de forma espontânea.

Cotão! Grandes pedaços de Cotão macio! Venha já aqui comprar! Não encontra melhor preço em mais nenhuma loja! 

O Cotão é como os sentimentos. Surge sabe-se lá de onde para intrigar a mente. Há quem o apelide de sujo. Uma autêntica e imundice da qual nos devemos afastar. Eu prefiro achar-lhe graça quando pela manhã o sacudo da minha barriga. 

Olhem que é uma oportunidade única, pois este Cotão é cobiçado por todo o mundo e hoje está aqui disponível apenas para vocês! 

Cotão é uma coisa inútil para quem não sabe mais nada da vida a não ser o que compram no supermercado e veem na televisão. Já para os outros, os que desafiam as imposições da realidade é um objecto Místico, capaz das mais poderosas magias. 

Encontrem aqui Cotão cobiçado por réis e milionários excêntricos! Hoje é todo vosso a preço de saldo, vendido com todo o carinho deste vosso amigo que vos deseja apenas o melhor! 

Vocês já se lavaram. Tomaram banho em água límpida até livrar a vossa pele de impurezas. Recorreram a produtos perfumados para ocultar o vosso odor natural. Rejeitam com repugnância a sujidade inerente à condição humana, como se rejeitassem a vocês mesmos. 

Não faz mal! Está aqui este vosso servo para vos vender o Cotão da maior qualidade! Porcaria digna dos animais! Podem comprar aqui este tesouro sujo que não encontram em vós! 

Venham todos adquirir o melhor Cotão, caseiro, cultivado com todos os cuidados nas partes mais asquerosas do corpo humano. 

Venham todos antes que esgote! 

Mantenham a vossa limpeza e reputação intactas com este maravilhoso Cotão nascido da impureza alheia! Cotão que podem maldizer do alto da vossa perfeição!


domingo, novembro 22, 2020

Silêncio repetido

Existe um silêncio dominical na vila, mas é sábado e os padres rezam Santa Missa para ninguém. 

O dia está quente contudo o Verão pouco espaço ocupa na memória. O sol brilha por Novembro dentro embora a praia esteja longe e o mar seja uma lembrança fria. 

Na rua ninguém calça os seus sapatos em caminhadas vazias. A solidão está personificada nos vultos de quem não passa por mim. 

O pensamento faz-me companhia nos cigarros que não fumo nesta pausa longa do viver. 

Sou, mas não me entendo. Compreender é difícil quando a paisagem não fala e os outros são personagens inexistentes.

Pela tarde dentro surgem palavras sem sentido. Não há destino para lá da vontade de o descobrir. Talvez descobrir seja o destino e isto não passe de uma frase feita.

A tarde avança nas veredas confinadas da vila quieta. As casas caladas não parecem ter gente lá dentro. Interrogo-me sobre eles como se me importassem.

Observo e isso é tudo. Não é entretenimento nem tão pouco aprendizagem. Divago nas insignificâncias que me rodeiam e gosto de me perder assim.

Entretanto o sol vai baixando cedo porque é Outono e eu esqueci-me. A humidade vem com as sombras que crescem e sinto melancolia. Já escrevi sobre isto tantas vezes e repetir incomoda. 

O momento é igual, mas é diferente. Talvez por isso insista em transcrever o desassossego como se este se manifestasse nas letras que ganham corpo.

Já cá estive a escrever sobre isto em outras ocasiões. Mas não foi hoje. Hoje é assim, mesmo sendo como outros dias que já foram assim. Já tive dias assim, mas que nunca foram assim, como hoje, que repito o que penso.

A humidade parece a mesma, contudo o casaco que visto é diferente. Aquele que já vestiu outros casacos em busca de conforto no fresco que a tarde traz rapidamente, esse, já pouco me lembro dele, embora tenha estado lá e tenha escrito coisas iguais.

Vou repetindo porque isso basta e não me interessa o resto. A solidão manifesta-se repetidamente, portanto é meu dever purga-la. 

Conheço bem o fim de tarde em outonos vazios. Trazem consigo estes sentimentos introspectivos. 

Lá fora nada parece fazer sentido. Acho que de certa forma nunca fez nem é suposto fazer. Seja em que tempo for, o mundo encontra sempre maneira de ser estranho e excluir quem não compreende a sua falta de nexo. 

Esta é mais uma tarde de outono em que a vila está vazia. Não interessam os porquês. As emoções parecem repetidas porque fazem parte de mim. 

Mesmo assim, nunca escrevi sobre esta tarde, por isso faço-o como se fosse uma novidade. Surpreende-me como sempre. Inquieta-me. E só assim vou encontrando algum sentido. 

terça-feira, novembro 17, 2020

Porta de lápis de cor


Olhei para o desenho que uma criança fez. Não compreendi ao certo de que se tratava, acho que era uma paisagem qualquer onde alguém vivia uma aventura. Sei apenas que fazia sentido na cabeça do miúdo e isso era suficiente. Na sua meninice fez dos lápis de cor a porta para o seu mundo e sem saber criou algo grandioso!
Não sei que personagens habitam a sua mente infantil, nem importa muito. São dele e isso basta. De qualquer maneira, ignorando por completo esse facto, tem na sua imaginação a maior riqueza que pode receber. 
Daqui a pouco chegam os "grandes" a dizer que é preciso estudar coisas aborrecidas. "Os desenhos não servem para nada", dizem eles, na sua ignorância adulta. Esquecem que também eles já foram pequenos e o mundo parecia maior. Depois cresceram e assumiram que a pequenez da existência é a única verdade absoluta. Néscios!
Julgam-nos a nós, os de lado de cá. Que não nos conformamos com simplesmente ser, ou a encontrar conforto nas coisas da moda. Eles consomem a fantasia como um produto descartável. Na sua ignorância desvalorizam os criadores que ousam imaginar. Gozam-nos. Apontam-nos o dedo como se fossemos menores. Mal sabem eles do seu próprio ridículo! 
Como podem eles saber quem somos? Se a criança que foram desapareceu com a carne que enruga.
Somos telepatas, empáticos, bruxas, cyberpunks, druidas, magos, esotéricos, curiosos, iluminados, batalhantes, poetas, artistas, hippies, naturistas, aventureiros, personagens à parte, seguidores dos velhos e novos costumes, mais tantos outros cujos rótulos impostos por essa gente são ostentados com orgulho. Todos unidos na fuga à banalidade!
Quem entender a importância da imaginação não se cinge à condição humana, limitada e sem o expoente que uma mente criativa pode alcançar.
É por isto que acho fundamental que exista gente com fantasia, capazes de transformar um simples pormenor numa história épica. Fazer da arte (seja ela qual for) a súmula apoteótica da existência! Gente que retira o peso enfadonho da realidade! 
Como fico contente em conhecer gente assim. Aqueles que me mostram os mundos que não são, no entanto existem e neles podemos ser a criança que nunca cresceu!

segunda-feira, novembro 16, 2020

Prole da mesma intenção


Por vezes cruzo-me com a minha "alma gémea". É inevitável. Sinto-a como um chamamento. Algo magnético que nos impele para o mesmo olhar. É aí, quando os nossos infinitos se cruzam, escondidos atrás de um rosto de feições humanas, que nós percebemos que aquela é a nossa suposta “outra metade” como dizem os românticos.
Ainda que esse encontro dure ínfimos fragmentos de segundo, temos certeza de que ele acontece. Não apenas uma, mas inúmeras vezes, sempre em faces diferentes. Sou eu que me cruzo contigo; és tu que te cruzas com o outros; são os outros que se cruzam comigo. É como uma rede de encontros momentâneos, sem futuro, embora intermináveis com o mistério que trazem. 
Nas nossas diferenças, somos todos parte do Uno. Fragmentados pela nossa sina humana, onde os instintos assumem um papel fundamental. Buscar outro que possamos entender como igual é apenas um deles. Tenho a certeza que os entendidos nas ciências da evolução, arranjam uma explicação para isso. Algo frio. Palavras complicadas que elucidam este enigma, sem romantismo, apelando apenas ao lado mais animal que habita a nossa carne. 
Existir torna-se tão vazio quando compreendemos aquilo que nos programa. É triste. Esta história da "alma gémea" perde a beleza por completo. É tão pouco ser apenas humano. Não é?
Pessoalmente fico baralhado. Falar em "alma gémea" parece até algo incestuoso quando todos somos prole da mesma intenção. Aos olhos da ciência amar é tão pouco. Tão inútil. Somente uma espécie de sobrevivência sem qualquer intenção de ser algo transcendente. Nada que mereça ser transcrito em poemas ou romances que almejam a eternidade. 
Não existe a "alma gémea", existe sim a ideia de "alma gémea". É só isto e é tão pouco. Queremos mais, mesmo que seja só ilusão, porque tão pouco não basta. Então amamos: os corpos, as almas, os sonhos, o etéreo... Sem deixar que a insignificância tome conta de nós!

quinta-feira, novembro 12, 2020

Rasto de pequenas histórias


O passado, mesmo que tenha sido ontem, parece cada vez mais longe. Há meras vinte e quatro horas atrás todas as recordações não passam de dúvidas que o cérebro assumiu como verdadeiras. 

Só o acordar me parece mais ou menos real. Como um começo de algo novo, sendo o que está guardado nas memórias apenas um adereço para aquilo que compreendo como sendo eu. 

Mesmo assim considero que a realidade tem o seu quê de improvável, como se existisse ao meu redor um muro invisível que serve de ocultação para tudo que é de facto concreto. 

A bem da verdade podemos dizer que até o "presente" é uma ilusão. Se repararmos, desde o momento em que observamos qualquer coisa, e até que essa informação chegue ao cérebro, passa-se algum tempo, ainda que sejam fracções de fracções dum segundo. 

Por mais instantânea que seja essa velocidade, quando tomamos verdadeiramente consciência daquilo que observamos, essa coisa já é "passado", apesar de a considerarmos como "presente". Portanto, isto a que chamamos "presente", este mesmo momento em que as palavras são assimiladas, já aconteceu. 

Concluo assim que o "presente" não existe na percepção da realidade. É como perseguir a própria cauda. O tempo corre e nós vamos atrás dele. Deixamos um rasto de pequenas histórias, aprendizagens e sobretudo dúvidas. Mesmo assim, para aqueles que são inquietos, como eu, tudo isso parece longínquo. Por vezes até, irrelevante. 

No entanto eu sou-me assim: a descrever pensamentos que se vão acabar por dissipar quando a minha atenção se virar para outro enigma. É esta a sina dos desassossegados: constantemente a questionar o que é suposto ser verdade. 

Talvez por isso a fantasia seja um local confortável. Porque nela, somos nós que ditamos as regras e estas não nos são apresentadas como verdades inquestionáveis. 

Procuro sempre a novidade; a acção constante que nunca chega a ser. Outros aconteceres que sejam mais do que eu. Tudo isto faz sentido na sua própria incoerência. Só assim consigo encontrar uma explicação que me satisfaça, sem que nada seja de facto explicado. Só palavras que servem de aconchego...


quinta-feira, novembro 05, 2020

A publicidade (O Narrador XIV)


Estranho. As coisas mudam quase radicalmente com o passar do tempo. Revisitei-te por acaso e encontrei em ti tamanha mundanice que não deixei de sentir uma certa nostalgia acerca dos tempos em que eras o objecto central do meu fascínio. 

Olhar-te foi como assistir a um anúncio comercial. Não encontrei em ti mais nada a não ser uma propaganda a um produto qualquer que promete beleza. É estranho, volto a repetir. Olhar para ti e ter essa percepção indica que eu mudei; que tu mudaste; que ambos mudamos e que o mundo mudou connosco. Ou talvez não. Provavelmente o mundo continua igual ao que sempre foi, apenas com uma aparência diferente. 

Tu deixaste-te absorver pela oferta dos pequenos confortos do dia-a-dia. Eu dediquei-me ainda mais a estudar a toxicidade que o conformismo traz à alma. Ninguém pecou. Nenhum de nós está errado. Simplesmente fizemos as nossas escolhas (ou elas nos escolheram a nós). Depois disso foi apenas uma questão de seguir caminhos que se foram distanciando. Nada mais. 

Aliás, atrevo-me até a dizer que é das histórias mais comuns que existe na interacção humana. As pessoas afastam-se. Os ideais alteram-se. O passado torna-se apenas numa coisa que faz parte de nós, mas já não nos integra. Sei que compreendes bem isto. Já compreendes esta verdade como parte integrante da nossa condição. 

Sabes que não sou dado a grandes nostalgias, por isso, é com alguma surpresa que esse sentimento vem ao meu encontro. Suponho que não vai durar muito e no final destas palavras, talvez já tenha até desaparecido. 

Creio que a justificação desta nostalgia, esteja nas aventuras que vivemos juntos em palavras ditas e sentimentos traduzidos. Narrei o teu medo com ternura e compaixão. Descrevi as tuas pequenas grandes conquistas com enorme entusiasmo. Vi-te crescer para fora da criança assustada que costumavas ser. 

Agora que penso nisso, a profundidade desses momentos é, sem dúvida, marcante. Pelo menos para mim, que gosto de me perder nos sentimentos dos outros e fazer deles uma espécie de poesia onde se possa viver. 

Já sabes que a realidade, só por si, não me basta, preciso de me rodear por beleza, ou pelo seu oposto. Estar no centro serve apenas de aparência para os olhos daqueles que se dedicam a julgar. São tantos. Não os culpo. Foram educados assim, tal como nós, para fazer parte de um todo que supostamente nos devia completar e oferecer a tão prometida felicidade. Como isso não acontece perdem-se a apontar os dedos aos outros como forma de passar o tempo. 

Com estas palavras estou também a julgar. Convenço-me que se trata de uma constatação embora, na realidade, tenha perfeita noção de que se trata de um julgamento. Enfim. Hipocrisias da existência...

Suponho que agora também encontras algum descanso quando ligas a televisão e te perdes nos programas de entretenimento ao domingo à noite. Gente a fazer coisas de gente, com palmas e apresentação entusiasmada. Ficam contentes por aparecer em horário nobre. Mendigam alguns momentos de fama com a insignificância que tanto veneram. 

Mas agora todos temos palco nas redes sociais. Desfilas sorridente nas fotos que publicas em poses da moda. És tu, mas podia ser outra pessoa qualquer. Uma foto é inesquecível até ao momento em que é original. Quando toda a gente decide fazer as mesmas poses, nos mesmos sítios, a repetição transforma-se em aborrecimento. Uma cópia de uma cópia, de um original que já ninguém se lembra. És tu, mas podiam ser os outros. Sem nada mais a acrescentar a não ser o teu nome que, continua a morar em mim com um certo carinho. 

Agora fiquei mesmo curioso com a sensação de nostalgia. Talvez agora nem seja ainda um sentimento, em vez disso, transformou-se numa fonte de criatividade para transcrever estes pensamentos introspectivos. 

Na verdade, já não estou a falar de ti, mas de mim. Narro-me a mim mesmo. 

Peço-te desculpa por já não seres o centro da minha atenção, embora me interrogue se também sentes a mesma nostalgia? É provável. Contudo não me importo. Sabes que eu quero mais do que apenas uma publicação patrocinada por um produto qualquer. 

Creio que me estou a repetir de narrações anteriores. Sou vítima da minha própria crítica. 

Continuando, estou feliz por ti, acredita que sim. É sempre bom encontrar o nosso lugar no mundo. Mesmo que para isso a identidade que um dia fez a nossa diferença acabe por não ser a mesma que outrora cativou. 

Mas tenho de te dizer uma coisa: não é a mim que tens que cativar, mas sim a ti! Sobretudo a ti! 

A minha opinião sobre a tua vida pouco importa. Não sou eu que habito o teu corpo, nem aprendi com as tuas desventuras. Não estou no teu lugar. Portanto, no papel de observador, não cabe em mim dizer como deves ser. És como és e isso basta. 

Já eu, sou como sou e longe de mim querer impor a ditadura do meu pensamento sobre a tua liberdade. 

A mensagem de hoje é esta! Vale para ti e vale para todos! Cada um é como é. Resultado das suas escolhas e aprendizagens. Seja conformista, ou não, a escolha é sempre de cada um e mais ninguém!


segunda-feira, novembro 02, 2020

A rotina também tem história

Hoje é um dia em que não acontece nada de especial. Em quase tudo é semelhante a todos os outros em que também nada de relevante acontece. Levanto-me da cama como sempre. É dia de trabalho e por isso saio para cumprir a minha rotina. 

Na casa do costume os cães ladram ruidosamente à minha passagem. Tento fazer-lhes festas mas eles não desistem de proteger o seu domínio com latidos agressivos. Mesmo assim cumprimento-os como se fossem gente e continuo o meu caminho. 

Do outro lado da rua dois homens aparam um um arbusto, a meio de uma conversa tão sem sentido, quanto hilariante, dada a falta de conhecimento sobre as artes da política que eles tanto criticam. As mesmas que comentavam com a mestria de quem compreende a melhor forma de governar o mundo, sendo, na ideia deles, capazes de manter o povo satisfeito em todos os seus sectores. 

O caminho é o mesmo, os rostos com quem me cruzo são iguais, as saudações repetem-se. Mudam-se as roupas, também algumas cores no cenário, mas pouco mais. O trajecto não tem nada de especial. 

No trabalho a senda é a mesma, sem outra vontade, a não ser aquela de que o dever tem de ser cumprido em troca de um salário. 

Depois volto para casa. Pelas mesmas ruas, pelos mesmos caminhos. Abrando um pouco a velocidade e assobio uma melodia qualquer para tentar criar algo de minimamente empolgante na minha vagareza, embora sem sucesso. 

Chegado ao meu lar, encontro os mesmos rostos, aqueles com quem escolhi partilhar o fado de viver. Dou-lhes todo o afecto na conversa de circunstância que acompanha os afazeres diários. 

Já quando a noite chega, surge o cansaço da labuta que, imperceptível, sem que eu tenha reparado nele, força o meu corpo a descansar. Não tarda o sono chega sem chamamento. 

Prepara-se assim a madrugada, onde dorme o homem e acorda a consciência, para que um dia banal, como este, se transforme em palavras que não o deixam cair em esquecimento.