sábado, dezembro 30, 2006

HERÓI


Um coro de Anjos atravessa os Céus
Com o som do seu cantar glorioso
Na alvorada da batalha
Oiço o chamamento dos heróis
Que me vangloriam com bravura
Ergo a minha espada aos Deuses
E solto um bradar de Glória
O som do vento uivante
Grita comigo este rugido destemido
Pois nenhuma corrente me prende
Nenhuma prisão me retém
E perante nenhum homem me prostro
A vós Deuses dedico a minha espada
Pois o vosso apelo de honra e coragem
É símbolo da minha postura guerreira
Ergo um cálice de vinho nobre
Brindo com aqueles que estão comigo
Em memória das batalhas travadas
E de todo o sangue ainda por derramar
Dos bravos que me enfrentarem
Saboreio o gosto da liberdade
E contemplo o sinal dos Céus
Em que uma estrela incandescente
Entrega nas minhas mãos humildes
A vontade de conquistar o infinito
Que a minha viagem continue
Para que todos possam compreender
Que mesmo que eu caia por terra
Me ergo por entre o caos
Tal como um Senhor perante o servo
Uma luz por entre a escuridão
Para trazer ao mundo impuro
A honra de ser herói entre cobardes
Sorrio neste momento Glorioso
Em que me afirmo perante os Deuses
E Eles me olham com orgulho
Enquanto ergo a minha espada bem alto
E prometo ao mundo que me desafiar
Que irão sentir a força da sua lâmina
O poder da minha Fé e Crença
E a ousadia do meu Coração Guerreiro

Edguy - Avantasia

sábado, dezembro 16, 2006

FRIO


As primeiras chuvas deixam-me triste
Quero verter algumas lágrimas
Mas estou demasiado vazio para chorar
O fim do Verão deixa-me cansado
Faz com que o sono me chame
E me traga memórias de noites quentes
Vividas com paixão e luxúria
Agora parece que um frio se apodera de mim
Um frio apático que me deixa vazio
Tento-me agarrar aos raios de sol
Sol que ainda quer espreitar entre as nuvens
Não cairei entre o vazio
Vou deixar que a minha noite se torne quente
Ainda que tenha de renascer de novo…


Static-X - Cold

sábado, dezembro 09, 2006

ENQUANTO A NOITE CAI


Aqui neste mausoléu repouso o meu corpo frio
Enquanto a noite cai acarinhando-me com ternura
Mas o sangue dos vivos já não me satisfaz
Parece que o mundo lá fora está vazio de esperança
Têm corações quentes mas sonhos vazios e apáticos
Estão vivos, mas estão mortos na sua falta de iniciativa
E vão-me arrastando com eles, para a luz despojada
Recordo tempos românticos neste sangue que bebo
Sonho com um futuro radiante por nascer
Porque afinal eu ainda sei sonhar
Mas por enquanto repouso o meu corpo frio
Neste mausoléu esquecido no tempo
E tento encontrar esperança neste sangue vazio que bebo…



David Draiman - Forsaken (Banda sonora do filme "Rainha dos Malditos")

sábado, novembro 25, 2006

NOITE DOS TEMPOS


O tempo e o espaço não existem, até porque ainda não foram criados. A luz e a escuridão confundem-se, duma forma que os sentidos humanos não podem compreender. Tal como o frio e o calor; o amor e o ódio; o bem e o mal; o espiritual e o físico e todos os opostos deste mundo misturados, naquele momento que é criação.
Não era humano nem espírito, também eu era criação. Não estava limitado pelo mundo físico, todos os níveis de existência estavam ali, no momento em que tudo era criado. Numa noite luminosa, fascinante, em que nada existia e tudo era criado.
Não sei como vim aqui parar, talvez seja uma lembrança, talvez uma alucinação, um devaneio, uma loucura…
Oiço uma voz que me pergunta: - Estás a sonhar?
Respondo: - Não sei, acho que não…
- Porquê?
- Tenho em mim sentidos que não consigo compreender…
Senti a voz sorrir e perguntar-me: - Sabes onde estás?
- Na Noite dos Tempos… - Respondi.

sábado, novembro 18, 2006

VIAJAS COMO O VENTO

Palavras doces
Palavras que marcam
Nada mais são que palavras
Sons sem vida
Que te digo

Como um punhal
Penetram a tua alma
Palavras sem sabor
Sons sem vida
Que tanto gostas

O teu sonho viaja como o vento
Enquanto me deixas entrar em ti
Com palavras vazias
Viajas como o vento





p

sábado, outubro 21, 2006

AMBIÇÃO


Viver e morrer
Rir e chorar
Mas uma vez perdida a inocência
Nunca voltaras a ser o mesmo
Viver as ambições
Ou pelo menos pensar que sim
O fardo pesado
De querer sempre mais
Corta-te as asas
Afunda-te no abismo

Ambição ou nada
Podridão ou nada
És meu inimigo
Apesar do sorriso
Mais cedo ou mais tarde
Vais ser minha vítima
Receber o meu punhal no teu peito
Antes que prove o teu veneno
Esses arrepios que sentes
São a minha noite que cai sobre ti

Não perdes as hipóteses
Que a vida te dá
Mas pelo caminho
Esqueces-te de viver
Mas eu não me esqueço
Do rosto do ódio
Só se vive uma vez
Não quero desperdiçar
A vontade de evoluir
Nesta corrida sem nexo

Bafo pútrido de ódio
Enche os meus pulmões de raiva
Quero viver de outra forma…
Bafo ofegante de ódio
Símbolo de uma vida vazia
Leva o meu coração para longe…

Sol negro de raiva
Queima as minhas asas de ouro
Quero viver de outra forma…
Sol gelado de raiva
Símbolo de um abismo frio
Leva o meu coração para longe…

Abismo vazio de alegria
Afunda-me no meu contentamento
Quero viver de outra forma…
Abismo desprovido de alegria
Símbolo de uma vida esgotada
Leva o meu coração para longe…


Iron Maiden - Futureal (live)

sábado, outubro 14, 2006

COMPLICADO


Enquanto te afogas na tua vida rotineira Esbanjas o teu tempo escasso Com pensamentos tontos na tua mente Quando o tempo está do meu lado Aborreces-te perdendo o teu tempo Tentando que eu esqueça o orgulho Quando estou em baixo A minha mente está noutro lugar Dói-te alegremente o som do meu choro Quando o tempo está do meu lado Vivo tal como eu quero Sabes que é assim o meu orgulho Mas tu tentas que engula o meu orgulho Assim não facilita a minha entrega Quando o tempo está do teu lado Esbanjas os teus pensamentos tontos Por entre dúvidas pouco explicitas Assim nada fica claro Às vezes torna-se complicado Tornar o tempo em realidade…

sábado, outubro 07, 2006

COMPREENDO



Meu doce coração negro
Liberta o teu poder maldito
Pois a hora chegou
Prevejo o mais corrosivo mal
Invadir a protecção da noite

Demónios tentadores
Dançam na minha mente
Contando histórias de horror
Ao som da sua tortura esplendorosa
Eu sorrio pois é tempo…

Porque atormentam assim
As almas que repousam na noite?
Lançando pesadelos horrendos
Como sinais sem esperança
A um mundo de ilusões

Eu sei que pode ser justo
Por todo o mal que o homem faz
Deve pagar a sua divida
Os pesadelos dizem a verdade
Torturando justamente

Eu compreendo
A sério que compreendo
Por isso
Meu doce coração negro
Liberta o teu poder maldito

Ajuda-me nesta batalha horrenda…



Manowar - Hail and Kill (live)

sábado, setembro 30, 2006

TALVEZ



O sonho, mundo distante habitado por visionários a quem os resignados chamam loucos. Muito para além do que os olhos vêem, bem no centro do que o coração sente.
O sonho, mundo onde se vive o que está para além da vida, onde a fantasia é realidade. Onde tudo existiu mesmo antes de existir, onde tudo acontece de forma diferente.

Onde o desejo é vivido sem medos, pois nos sonhos não há juízes que condenam ao desdém.
Somos livres para além de tudo, a fronteira não existe e a paixão explode sem limites.
É assim o sonho, vivido pelos loucos, pela loucura e para a loucura. Vivido pelos que fantasiam…
Talvez sentido pelos que sabem viver, pois não é em vão que dizem: “O sonho comanda a vida”…

Ele é um guerreiro perdido nos sonhos, lutando por uma causa que nem ele sabe como explicar.

Vagueando pelo infinito, tendo a solidão por companheira, tenta conquistar as palavras escondidas.
Ele vive entre a multidão apática! Esqueceu a inocência! Ser dono do vazio é a sua riqueza.
Nas trevas se aconchega buscando o conforto da solidão gélida, imaginando um coração puro.
A luz que o destrói é a sua sedução! Ambiciona ser frágil para que o seu coração seja partido e volte então a bater forte…


…Talvez um dia continue…


Nightwish - Ever Dream (live)

sábado, setembro 23, 2006

DESPERCEBIDO



Que bem que me está saber este momento
Um espaço perdido no tempo
Alguns minutos esquecidos pelo relógio
Um simples estado quase eterno
Em que estou sozinho
No meio de tantos
Entre pessoas que discutem a sua vida
Vida que percorrem sem sentido
As suas vozes falam
Mas não dizem nada
Passo despercebido neste momento
Neste instante esquecido no tempo
Ouço apenas atento
Esta música mágica que me hipnotiza
Que cala a voz dos outros
Que me faz ficar esquecido
Perdido num momento
Esqueço o meu coração vazio
Deixo esta música mágica
Percorrer as minhas veias
Ser bombeada no meu peito
Esboço um sorriso melancólico
Ao lembrar que o amanhã vai voltar
E uma doce ternura me vem acariciar



Nightwish - Sleeping Sun (Live)

sábado, setembro 16, 2006

RITUAL

Os anjos cantam um hino de glória
Um feitiço lançado ao vento
Invocando a si paixão entre sonhadores
A magia oferecida pelos Deuses
Traz vida eterna neste ritual
Em que os sonhadores se tentam

Vês um mundo cheio de raiva
Escutas um mundo cheio de mágoa
Cada dia que passa algo novo
Mas a mensagem é sempre a mesma
Grande é o fardo da tua solidão
Refugias-te num doce sonho
Para fugir ao teu vazio
Mesmo assim adias a noite
Em que os Deuses te elevam às estrelas
E te mostram a magia do infinito

Perguntas-me o porquê
Mas eu apenas te posso mostrar
O que é sentir esta magia gloriosa
Com o poder de atravessar o infinito

O teu coração recusa-se a escolher
Aquilo que foste destinada a ser
Mas apenas adia a noite
Em que os deuses nos convocam para o ritual
E nos mostram a magia do universo
Continuas a lutar contra as mágoas do mundo
Convencida que as vences a todas
E choras de desespero
Agarrada aquilo em que tentas acreditar
Tentando mostrar que não tens medo

E perguntas-me o porquê
De sermos eleitos pelos Deuses
Para viver esta magia gloriosa
Fundindo-nos com o próprio infinito

E os anjos cantam fantásticos hinos de glória
Enquanto um feitiço é lançado ao vento
Invocando a si esta união de heróis
Fazendo chover sobre nós magia
Tornando este momento imortal
Neste ritual em que os sonhadores se encontram



sexta-feira, setembro 08, 2006

ASAS ARDENTES



Enquanto o sol brilha sobre ti
E a escuridão cobre os demais
E estes se negam a ver os primeiros raios
Abre as tuas asas ardentes
Ergue-te no ar mostrando a tua luz

Os teus olhos são uma fogueira
Que queimam a alma dos loucos
As tuas asas ardem em glória
O teu voo fascina os sonhadores
Mostrando a luz da verdade

Agora que todos te admiram
E tu te elevas bem alto
Enquanto abres as tuas asas
O fogo do teu voo fascina
E gritas bem alto o teu sonho

Os teus olhos vêem para além do horizonte
Enquanto voas nas asas de um sonho
Agora sabes o dom da liberdade
E as tuas asas não se vão queimar
Enquanto voas junto ao sol

Voa
Na tua vida
Tal como uma águia
Voa
Tão alto como o sol
Na tua vida
Tal como uma águia
Voa
Toca o sol


quarta-feira, agosto 23, 2006

RENOVAR



Estava sozinho num mundo desolado. Encontrava-me rodeado de ruínas, numa enorme planície, que outrora tinha sido uma utópica cidade. Conseguia lembrar-me bem da sua magnificência. Mas agora tudo era ruína. Como se assim estivesse à milhares de anos, abandonado. Ao longe conseguia ver umas montanhas. A cobrir tudo estava uma poeira cinzenta e espessa. Os céus estavam vermelhos, como se estivessem ensanguentados. E a mancha de sangue ia aumentando a pouco e pouco com o passar do tempo. Tudo era desolação… Tudo era silêncio… Tudo era vazio…
Estava um frio estranho, pois não era desconfortável. Era como se o frio não me afectasse. Eu passeava-me no meio daquela angústia, em busca de algo, ou alguém. Usava uma armadura brilhante que contrastava com toda a ruína em meu redor. Quem era eu? Não sei. Talvez a mistura de todas as minhas vidas, numa só existência vã.
Caí de joelhos no chão e perguntei ao sangue que cobria os céus:
- Quem fez isto? Foram os homens?
Não obtive resposta. Então perguntei novamente:
- Porque é que teve de acabar?
Então o sangue respondeu:
- Tem de recomeçar novamente. Tudo que termina tem um principio, esse principio sucede a um fim. É um ciclo…
Eu respondi:
- Porquê assim? Porquê? Porquê?...
Não obtive resposta, mas no fundo eu sabia o porquê. Então perguntei:
- E eu? Que vai acontecer?
O sangue que inundava os céus respondeu:
- Tu viverás novamente, no novo mundo, como viveste até hoje…
Baixei os olhos resignado. Queria contestar, mas não tinha argumentos nem tão pouco palavras. Apenas disse:
- Porquê? Criação... Crescimento… Destruição…
Nesse momento a minha mente foi assolada por recordações. Aquele momento, vivido vezes e vezes sem conta. Aquele momento que era o fim, mas também o principio, vivido incontáveis vezes. Incontáveis vezes em que tudo que conhecemos é criado e destruído num ciclo vicioso. Na esperança de um dia alcançar a perfeição.
Resignado tirei a armadura, de nada me era necessária. Rapidamente ficou coberta pelo pó cinzento. Eu encostei-me, à espera, cansado. Não consegui conter uma só e única lágrima que me escorreu pelo rosto. Nem sequer me dei ao trabalho de a provar…

Não sei se era sonho, ou lembrança…


quarta-feira, agosto 16, 2006

OLIMPO


Eis-me aqui, no cimo do Olimpo
Eis-me aqui, no cume do mundo
No fascínio desta imensa solidão
Rodeado por maravilhas concedidas pelos deuses
Eis-me deslumbrado pelo vazio aconchegante
Eis-me aqui, acima dos demais, observando
Encantado pela voz silenciosa da solidão
Longe, tão perto
Aqui, na morada dos Deuses
Aqui, no imponente Olimpo
É-me revelada a paz silenciosa
O meu coração ouve calado
As maravilhas do infinito
Enquanto os demais se perdem na podridão do mundo
Eu fico sozinho
Triste, feliz
Encho o meu coração de paz
E olho o mundo humano
Caído em decadência
Sinto pena…
Mas fico aqui no imponente Olimpo
Enquanto a solidão me enche de paz
E o meu coração renasce
Aqui, no cimo do imponente Olimpo


segunda-feira, julho 31, 2006

1.º AGOSTO

1º de Agosto

É amanha dia 1 de Agosto

E tudo em mim é um fogo posto
Sacola ás costas, cantante na mão
Enterro os pés no calor do chão
É tanto o sol pelo caminho
Que vendo um, não me sinto sózinho
Todos os anos, em praias diferentes
Se buscam corpos sedosos e quentes

Adoro ver a praia dourada
O estranho brilho da areia molhada
Mergulho verde nas ondas do mar
Procuro o fundo pra lhe tocar
Estendido ao sol, sem nada dizer
Sorriso aberto de puro prazer


letra: Tim
música: Xutos & Pontapés

sexta-feira, abril 28, 2006

DEVANEIO


Sabes aquele momento entre o desejo e o beijo?
Aquele momento em que olho para a tua boca e desejo senti-la…
Em que contemplo todas as curvas dos teus lábios carnudos, como se chamassem por mim…
Os teus lábios perfeitos, que invejam a própria Afrodite…
Gosto de saborear esse momento entre do desejo e o beijo…
É como se mil sensações de loucura atravessassem o meu coração para me levar ao apogeu da paixão…
Gosto de prolongar esse momento fantástico, como se tudo ficasse lento, antecipando uma explosão de loucura…
São tantos os pensamentos de encantamento que me atravessam nesse singelo momento no tempo e ao mesmo tempo a mente esvazia, enquanto os meus lábios viajam ao encontro dos teus…
Hmmmm…
Naquele momento entre o desejo e o beijo…



sexta-feira, abril 21, 2006

ENCONTRO



Pára um pouco
E durante algum tempo não te importes
Vai de devagar

Pára um pouco
E durante algum tempo pensa em ti
Não tenhas pressa de percorrer o teu destino

Pára um pouco
E durante algum tempo repara nos pormenores
Respira fundo e vive devagar

Pára um pouco
E durante algum tempo encontra a paz


sexta-feira, abril 14, 2006

OCULTO



Neste momento mágico
Em que partilhamos este beijo
Fruto do nosso desejo, da nossa paixão
É como se as nossas almas se abraçassem

Num toque ardente entre os nossos lábios húmidos
Numa dança audaz entre as nossas línguas ansiosas
É como se todos os segredos do universo
Nos fossem revelados naquele ansioso momento

Mas para quê conhecer os segredos do universo?
Se apenas desejo saborear este mero momento físico
Um simples acontecimento sem sentido para o mundo
Apenas um encontro entre as nossas bocas…

Ou foram as nossas almas que se encontraram?
Neste singelo momento em que as nossas línguas dançam
Em que a vida ficou esquecida
Em que os segredos do universo se tornaram insignificantes



sexta-feira, abril 07, 2006

ONDE O TEMPO NÃO PASSA



Dá-me a tua mão
Juntos escondemo-nos do mundo
Abraçamo-nos como um só
Damos asas a este amor
Voando pelo infinito
Perdemo-nos na paixão
E vivemos poesia

Dá-me a tua mão
E a vida será esquecida
Soltamos o carinho
Cantamos à ternura
Abrimos a porta da felicidade
Onde o tempo não passa
E o sonho é realidade


sexta-feira, março 31, 2006

A PROFUNDIDADE DE ALGO MAGICO




Estou fascinado pelos teus sonhos
Vejo o seu reflexo nos teus olhos
Mas sou incapaz de os transcrever para palavras

Sinto o teu toque invisível
Que atravessa o meu infinito
Para tocar o meu coração inflamável

Sinto a magia do teu olhar
Compreendo o seu reflexo
Mesmo sem conhecer as palavras



Não sou capaz de continuar
Oiço apenas feliz
A tua voz silenciosa

Está na altura de te ver viver
Inocente, pura, terna…
O meu infinito é longe demais

Mas guardo comigo
A tua voz sem palavras
Que me faz sorrir
Para além do meu infinito…

sexta-feira, março 24, 2006

ODE À PRIMAVERA


A beleza das estrelas da noite limpa
Dissipa-se acordando um novo dia
Lentamente o sol surge como um troféu
Eis que a primavera triunfante se revela

Os meus olhos maravilhados
Mostram-me um mundo renascido
Fadas encantadas contam melodias de sonho
Ecoando fantasia pelos meus ouvidos

Florestas mágicas renascem
Animais encantados passeiam por elas
Os meus pulmões enchem-se de pureza
E os meus sentidos de emoção

O meu coração de cristal
Bombeia magia pelas minhas veias
O meu corpo vibra ao som da natureza
E as minhas emoções evoluem

Sente-se a magia a cobrir a Terra
Os sonhos a recrutar mentes incrédulas
A fantasia a demonstrar o seu poder
E a emoção…
…a preencher os corações vazios



.

sexta-feira, março 17, 2006

NOITE QUENTE


O sol adormece calmamente
Lentamente desce no horizonte
Após um dia transformado em séculos de luz
O oceano fica calmo e avermelhado
O mundo acordado pelo sol descansa agora
Para os meus sonhos guardei a minha vida
Mas para os meus desejos guardei esta noite
O meu espírito revela-se nestas trevas ansiadas
Esqueço a firmeza que o sol me deu
Eis-me aqui perante mil luas
Observando o sol criar esta noite imortal
Séculos de luz transformados em dias sem fim
E nós apenas desejamos esta noite aconchegante
Um momento de inspiração para os poetas
Até que se esgotem as palavras que descrevem felicidade

Por vezes desejava que esta noite fosse eterna
A escuridão à nossa volta
É a praia de um mar de luz
Por vezes desejava afundar-me juntamente com o sol
Mergulhar na escuridão
Protegido nos teus braços
Enquanto o mundo fica coberto por esta noite eterna
P

sexta-feira, março 10, 2006

FOGO


Fénix
Ave fabulosa
De porte magnifico
Asas abertas flamejantes
E corpo inflamado

Tu que fazes das tuas cinzas
E da tua destruição
O teu poder imenso
Sem fim
Nem limites

Tu que pelo fogo
Renasces irada
Vezes e vezes sem conta
Cada vez mais esplendorosa
Cada vez mais gloriosa

A ti Fénix
Ave imortal e heróica
A ti invoco
Que o teu poder invada
O meu frágil coração humano

Que a tua magnificência e glória
Encham o meu peito de honra
Que a chama da tua grandeza
Corra pelas minhas veias
Fazendo viver o meu sangue melancólico

Que a luz deslumbrante do teu fogo eterno
Torne de novo o meu olhar ardente
Reflectindo as histórias de mil mundos
Encha o meu peito de coragem e bravura
E de novo me torne
No mais sereno dos guerreiros

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

ASSIM...


Mergulhei naquele olhar
E sonhei um pouco…
Embriaguei-me naqueles lábios
E desejei beijá-los…
Num breve momento de fascínio
Conheci aquele ser e deslumbrei-me
As nossas almas deram as mãos
E dançaram ao som da atracção…
Como um novo universo
A ser criado nesse momento
Creio que me esqueci da vida
E sorri…


sexta-feira, fevereiro 10, 2006

GLÓRIA



Zeus
Trovejante
Tu que governas o Olimpo
Olha agora para o teu filho
A ti dedico a minha espada
No meu escudo trago o teu sinal



Zeus
Pai dos Deuses e dos homens
Ante ti me prostro agora
Faz com que eu não fraqueje
Dá-me força para erguer bem alto
Esta espada que te dedico
Dá-me calma para que segure
Este escudo que te representa



Zeus
Senhor dos céus
Acalma a ira das nuvens
Pede ao sol que aqueça novamente
Dá a este teu filho
A capacidade de sentir novamente
Não me deixes cair no esquecimento
Nem me deixes levar pela cobardia
Honra-me
Coroa-me de glória
Ergue-me novamente no calor
Faz com que o sol brilhe sobre mim
E a lua ilumine a minha noite








sexta-feira, fevereiro 03, 2006

NÃO SEI PORQUÊ...



Ela cativou-me e por isso aceitei o seu convite.
Há muito que não me deixava cativar, talvez por isso me tenha entregado tão rápido.
Não sei como, mas ela conhece os segredos da magia. Ela cativou-me e eu deixei-me cativar.
- “Entra no Sonho comigo, leva-me à Lua e daí onde tu quiseres”… - disse-me ela ansiosa. Ela sabia sonhar… Não sei como, mas ela sabia sonhar.
Ela cativou-me e eu levei-a à Lua, o seu Santuário, longe do mundo. Vi a sua beleza. Vestia de negro e na sua mão tinha uma fita branca coberta de magia. Estava feliz, vi no seu sorriso.
Revelei-me então. Pedi que amarrasse a sua mão à minha com a fita mágica, não sei porque, mas quis-me sentir seu prisioneiro. Abracei-a procurando a sua fragilidade.
Não sei porque, mas também me vesti de preto e ela questionou-me o porquê…
- “É apenas poder”. – respondi. Mas porque precisava eu de poder?
Chegou o momento e abri as asas, negras, magnificentes… Abri de tal forma que o vento produzido moveu as estrelas.
- “Um anjo negro”. – murmurou emocionada.
Sim, um anjo negro…


sábado, janeiro 28, 2006

APATIA



De repente tudo ficou calmo!
O vento forte que soprava deixou de se sentir. As árvores ficaram imóveis. As nuvens tempestuosas e os fortes trovões apocalípticos afastaram-se, dando lugar ao sol quente. O som das espadas a cruzarem as lâminas e a cortarem a carne deixou de se ouvir, tal como os gritos de agonia e aflição que serviam de banda sonora a este cenário.

De repente tudo ficou tão calmo!
O rio que corria vermelho, banhado pelo sangue de inocentes derramado, corria agora límpido. As feridas daqueles que ainda viviam sararam e os corpos daqueles que jaziam no chão, sem vida e mutilados, desapareceram.

De repente tudo ficou estranhamente calmo!
Os olhos dos inimigos abriram-se e o ódio que os unia desapareceu. As espadas enferrujaram até que se transformaram em pó e toda a mágoa nos corações humanos foi esquecida. O cheiro pútrido que se sentia no ar deu lugar ao perfume das flores que agora brotavam.

De repente tudo ficou demasiado calmo!
Fiquei parado, numa estranha apatia e então apercebi-me que o meu coração estava vazio e os meus sonhos eram agora vãos, nem as lágrimas de sangue me salvavam. Tudo que vi no horizonte era loucura. Então perdi as forças, caí por terra e desisti. Estava tudo demasiado calmo…



sexta-feira, janeiro 20, 2006

PALAVRAS II


- Sabes, aprendi muitas verdades.
- Que tipo de verdades?
- As verdades pessoais de muita gente.
- Mas essas são apenas verdades para a pessoa em questão…
- Eu sei.
- Então porque aprendeste essas verdades?
- Para tentar compreender as pessoas.
- E compreendeste?
- Algumas sim, outras não.
- O que fizeste aquelas que não compreendeste?
- Aceitei-as…
- Simples, mas eficaz…
- Muita gente me tentou impingir a sua verdade, como se essa fosse a verdade universal.
- Já conheci muitos assim…
- Outros, tentaram impingir-me uma mentira, a sua mentira pessoal, como se fosse uma verdade.
- Sim, gente que vive na ilusão e pensa que tem o mundo nas mãos.
- Dão-me pena…
- Também a mim…
- Mas única verdade que eu ponho em prática é a minha…
- Como é essa verdade?
- Uma verdade, como qualquer outra verdade pessoal… Um conjunto de experiências de vida e as conclusões que tiro das mesmas.
- Percebo…
- Claro que é uma verdade sujeita a alterações, conforme a vida…



sexta-feira, janeiro 13, 2006

TALVEZ




Um novo dia começa novamente
O sol nasce, o sol morre
Reinicia-se o ciclo da decadência
A noite nasce, a noite morre

A balança das escolhas pesa novamente
E uma decisão antiga cai por terra
É o ciclo das ilusões que se reinicia
É a ânsia das mentiras que nos rege

Toda a vida se baseia em fantasia
Tornando vazios os nossos sonhos
E a nossa ilusão tristemente desejada
Tem como destino apenas mais uma mentira

Liberta-me se conseguires
Pois o meu paraíso é uma mentira
Tenta libertar-me se conseguires
Com isso a que chamas amor

Liberta-me, pois essa é a minha ânsia
O meu paraíso é uma ilusão dolorosa
Por isso tenta libertar-me sem medo
Com essa outra ilusão a que chamas amor

p

sexta-feira, janeiro 06, 2006

AMOR / ODIO

I love you but i hate you



Saboreias o pesadelo da tua dor
Baixas o teu olhar submisso
Eu observo, incapaz de sorrir
É a mágoa torturante que nos acaricia
O meu olhar frio desespera
Os teus lábios tristes chamam-me
Sinto-te implorar por salvação

Mas eu não estou presente
Maravilho-me com as tuas lágrimas
Apenas triste por não te salvar
Sinto a tua agonia desesperada
É a mesma agonia que me aprisiona
Tento ignorar esta tentação cruel
Por isso não te salvo dessa aflição

Fico apático perante a tua mágoa
Deixo-te afogar nas tuas lágrimas
Deixo-me levar por este castigo
Puno-me a mim mesmo por esta dor
Mas deixo-te provar as lágrimas
Este martírio une-nos os dois
Num sofrimento flagelante de prazer

Solta os teus medos aterrorizantes
Agora a solidão e indiferença reinam
A tua dor transforma-se em lágrimas
Tu desesperas sem salvação
Eu nada faço para me redimir
Deixo as tuas lágrimas de angústia correr
Apenas sofro com o teu desgosto


I hate you but i love you