sábado, junho 25, 2011

IMPULSO





Por vezes a solidão invade-me. Entra em mim com um desejo, sem pedir autorização, sem se fazer anunciar. Vem de repente, sem eu saber porquê, sem eu ter motivos para tal. No meio de tudo, com tanta coisa no mundo a cativar-me, surge um inesperado e desajustado impulso de estar só.

A solidão aparece assim sem explicação e eu entrego-me a ela. Preenche-me, de forma prodigiosa, transforma-me, revitaliza-me e acorda em mim sentidos esquecidos! Revela-me segredos do universo, numa linguagem enfeitiçada, que a minha condição humana não pode compreender. Mas eles ficam dentro de mim num misto de loucura e genialidade!

Depois de me amar a solidão devolve-me ao mundo. Liberta-me da sua prisão para que espalhe a sua oferenda nos campos de ideias, teorias e fantasias de quem me rodeia. Tal como uma semente que germina na terra!



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