sábado, maio 31, 2008

O DOCE SABOR DO VINHO


Hoje brindo
Ergo este cálice bem alto e brindo
Brindo com o meu melhor vinho
Brindo aos meus inimigos
Brindo pela raiva que me têm
Brindo à vida que desperdiçam
Brindo à inveja que os consome
Brindo porque me orgulho de mim
Brindo porque tenho pena
Pena de quem desespera com cobiça
De quem tem um coração corroído pelo ódio
Pena de quem não sabe viver
Hoje brindo
Saboreio este vinho doce calmamente
Brindo porque tenho paz
Brindo porque sou forte
Brindo… porque sei sorrir

sábado, maio 24, 2008

MELODIA ROUCA


Perdido neste momento solitário
Levo esta harmónica à minha boca
Gentilmente os meus lábios a tocam
Como se um beijo carinhoso lhe desse
E tal como um beijo sai espontâneo
Sem ensaio improviso uma melodia
Uma musica que sai do meu sopro
Por entre o tom morno da harmónica
Nascem acordes de tristeza e alegria
As notas tocadas contam uma história
Falam de sentimentos escondidos
De loucas aventuras vividas
Amores perdidos e paixões ardentes
De desejos ocultos no olhar…
Disperso nesta melodia rouca
Vou desenhando novos sons
Falando de mim ao mundo calado
Beijando esta harmónica de tom morno
Improvisando uma estranha melodia
Perdido neste momento solitário








Ennio Morricone For a few dollars more

sábado, maio 17, 2008

POEMA DO VELHO PIRATA



Aos vossos postos reles piratas!
Icem as velas deste pútrido navio!
O vento chama por nós uivando.
Zarparemos a coberto do nevoeiro,
Nesta noite em que a Lua vadia.
Canta connosco o hino de terror.

Malditos bêbados preguiçosos!
Hasteiem a nossa bandeira vermelha,
Esfarrapada pelo tempo irremissível,
Mas manchada com a cor do sangue,
De todos aqueles que esventramos,
Trespassados pelo frio da espada.

Vamos rapazes, hoje é noite de festa!
Esta velha carcaça zarpa novamente!
Deixem que o vento uivante nos leve.
Cantem para que todo o mar nos oiça.
Entoem hinos sobre tesouros nefastos,
Saques terríveis, maldições e glória.

Seu bando de bandidos renegados!
Piratas salteadores, sem lei, nem honra!
Oiçam a minha voz corroída de ambição.
Eu, o vosso capitão hediondo vos digo:
Que novas aventuras nos chamam,
Por entre o convés podre desta barca.

Aos canhões seus miseráveis!
Façam ecoar uma salva de fogo,
Por entre este nevoeiro amaldiçoado.
Que tremam os justos navegantes,
Porque nesta noite condenada,
Os piratas zarpam no seu navio infernal.

Sigamos mar a dentro marujos imundos!
Este nevoeiro cerrado está connosco!
Que tremam os nossos inimigos.
Hoje pilharemos sem misericórdia,
Degolaremos a garganta dos heróis,
E tomaremos as mulheres com ardor!

Cantem homens, cantem vitoriosos.
Feitos de pirataria, pilhagens audazes!
Praguejem orgulhosos da vossa insurreição.
Nada pára este velho navio maldito,
Nada pára a nossa vida de aventura,
Nada sacia a nossa fome por ouro!

Ergam as vossas espadas orgulhosos!
Pois uma nova viagem nos espera.
Muitos mapas de muitos tesouros.
Muitas maldições cairão sobre nós.
Mas unidos cuspimos sobre o perigo,
Invencíveis neste navio assombrado.

Alegremo-nos, vil escumalha desprezível!
Transformemos o oceano em inferno
E nas suas chamas naveguemos esta barca!
Oiçam a voz encantada que o vento traz.
Grita o nosso nome com fervor.
É a voz dos Deuses da guerra e do medo.

Sintam o cheiro do mar nesta noite maldita!
Inebria-me o aroma da liberdade!
Homens, ladroes, assassinos, piratas…
Assim somos nós, livres neste navio,
Que ruma imponente por entre a bruma
E na sua rota nos leva a façanhas imortais…



Ensiferum - Token of Time

sábado, maio 10, 2008

POUCO IMPORTA



Tenho vontade de desistir
Deixar tudo para trás
O futuro não me prende
O passado está esquecido
Tudo que tenho não me completa
Os meus sentimentos são frios
O amor apenas uma palavra
E os meus desejos passageiros
Quem sou pouco importa
O que alcancei nada me diz
Poeta
Guerreiro
Rei
Deus
Mestre e Senhor
Herói numa história apática
Nem sei porque escrevo isto
Se o que quero é desistir
Mas desistir é apenas um desejo
De um corpo cansado ao adormecer
E os meus desejos são passageiros
Por isso vou esperar
Aquilo que o que o sono me diz
No conforto da noite conselheira
Se hoje quero desistir…
…amanhã vou querer continuar…




Serj Tankian - Sky Is Over

sábado, maio 03, 2008

UM POUCO MAIS...



Quero beijar-te,
Nem sei bem porquê.
Podia querer o teu corpo,
Encerras beleza carnal em ti.
Mas não…
Não é o teu corpo que quero.
Talvez por isso te queira beijar,
Pois quero sim: a tua Alma.
Não a quero possuir,
Pois uma Alma não se possuiu.
A Alma é livre como o vento,
Misteriosa como o universo,
Enigmática como o Divino…
Quero sim, toca-la.
Com um beijo intenso,
Posso tocar a tua Alma…
Não sei explicar o porquê,
Mas conheço o poder de um beijo.
A intensidade;
A força;
A exuberância;
A profundidade…
…que o toque dos lábios traz,
A dança das línguas une…
E o desejo que pára o tempo,
Deixando que as almas se toquem...
Num momento sem explicação,
Num momento de magia,
Num momento de inspiração…
Em que o poeta se perde…






Alice Cooper - Poison