sábado, junho 27, 2009

ESCRITA VADIA



Ando por aí
Encostado pelos cantos
Em busca de um sítio
Onde haja silêncio

Há demasiado barulho no mundo
Nas vozes das pessoas
Nas palavras dos jornais
Em músicas sem história

Procuro um lugar
Onde tudo esteja calado
Não seja obrigado a raciocinar
Sem regras nem obrigações

O mundo fala demais
Com vozes divididas
Banhadas em anarquia
Vendendo incoerência

Não quero comprar nada
Sossego talvez
Mas isso não se vende
Então calem os vossos pregões

Não compro ideais
Não sigo utopias
Não quero ser mais um a berrar
Para que o mundo não oiça


sábado, junho 13, 2009

DEJA VU



Esta sensação que me invade, faz-me sentir como se já tivesse vivido isto…
Não! Tenho a certeza de que já vivi este momento!
Cada som, cada imagem, cada movimento, cada sentimento…
Sim! Eu já vivi este momento!
Não entendo como é possível esta estranha lembrança e muito menos sei como explicar esta impressão. Talvez esteja num estado de consciência diferente, alterado, para que me possa aperceber de coisas que não sei explicar.
Numa tentativa vã, procuro arranjar explicação para a nossa noção de tempo. Ironicamente é uma perda desse mesmo tempo. Estou convencido que essa compreensão não está ao alcance da minha limitada condição humana. Acho que só Deus (seja lá o que Ele for) é que compreende aquilo a que chamamos tempo.
Agora interrogo-me: sobre o que é o ser humano? Um aglomerado de incontáveis partículas de universo, que se juntam para criar um corpo e uma consciência e da sua simbiose resulta aquilo a que se chama vida… Vida que pertence ao Universo, a tentar compreender esse mesmo Universo, com todas as suas estranhas leis…
Confusa teoria!
O melhor é esquecer este momento já vivido, ou pelo menos esquecido na memória de um futuro.


.

sábado, junho 06, 2009

PINCELADAS NUM QUADRO


O teu corpo transpirado
Vibra sobre o meu
Suando prazer
Os teus dentes sedentos
Mordendo os lábios rubros
Os teus olhos vidrados
Esquecidos na luxúria
A tua respiração forte
Como um cavalo a galope
A tua pele despida
Expondo as tuas curvas
Como pinceladas num quadro
De um pintor cheio de arte
Inspirado pela beleza nua
Que de ti erradia
Num calor carnal
Que emana do teu intimo
Como um sol escaldante
As tuas ancas dançam
Entre gemidos e suspiros
Movimentos agitados
Nesse instante animal
Não escondes o que és
Mulher ávida de desejo
Matando a fome obscena
Num momento livre
Cheio de ânsia carnal…


E enquanto explodes
Que se faça silêncio no mundo
Pois manda o pudor que nada seja dito…

.