sábado, dezembro 27, 2008

LUZ ESCONDIDA


Os teus olhos enganam-te
Pois vêem como te disseram para ver
As opiniões não são tuas
São da pessoa que te ensinaram a ser

Presta atenção aos pensamentos da noite
Pois neles podes encontrar alguém que conheças
E na escuridão vais ver uma voz
Essa voz que diz: Eu sou tu…

O teu coração sem poesia
Preso dentro do sonho de alguém
Demasiado perto duma fogueira ardente
Mas frio e insensível com a dor

Essa febre fria que quer ser destruída
Levada pela corrente de um rio
Correndo para o mar lavando a mágoa
Encontra a salvação nessa voz na escuridão

Dentro de ti existe essa voz
Uma voz que não se ouve mas vê
É como uma luz escondida
Que ilumina a tua verdadeira vida

Se fechares os teus olhos vais ver a tua vida
Uma verdade nua e crua revelada
Sonhos que nunca viveste
Feridas que nunca sararam

No meio da escuridão vais ver
Essa voz que é uma luz
Uma luz que te leva para uma nova realidade
Onde estarei à tua espera

Tudo isto vais ver
Se apenas fechares os teus olhos

Se nunca pensaste que isto fosse possível
Uma resposta às tuas orações esquecidas
Esquece a mágoa do passado
Agora fora da escuridão
Cada vez que o teu coração bater
Será a tua vontade a fazê-lo









Manowar - The Power of thy Sword

sábado, dezembro 20, 2008

CONVERSA DE NATAL



Estás no meio de um cigarro pensativo?

– Perguntou ela.

- Sim. – Respondeu ele.

- Em que pensas?

- Em nada… Ou talvez em muita coisa… Depende do ponto de vista, acho eu. – Estava debruçado sobre a sua varanda, fumando um cigarro lentamente, enquanto observava as pessoas que passeavam pela aquela rua da cidade, devidamente enfeitada.- A cidade está movimentada.
- Sim. Todos os anos é assim. Não varia muito.Nesse momento o som familiar do telemóvel ao anunciar uma nova mensagem ouviu-se. Calmamente ele pegou no aparelho para ler o conteúdo: “Oh oh oh, estamos em tempo de festa e…” Não acabou de ler e de forma quase automática apagou a mensagem.- Quem era?
- Nem reparei. Mais alguém a desejar Festas Felizes.
- Também já recebi várias do género. E tu, não vais desejar Bom Natal?
- Mais logo. Escrevo uma coisa qualquer e envio para todos da lista.
- Provavelmente vão fazer como tu e apagar a mensagem.
- É bem possível. – Disse ele soltando uma pequena gargalhada.- Não te incomoda saberes isso?
- Nada.
- Sabes, tenho saudades dos velhos postais de Boas Festas, que se enviavam pelo correio.
- Estás muito nostálgica hoje… - Disse ele olhando para ela.- Talvez… Mas o Natal tinha mais piada antigamente.
- Bem vinda à era da tecnologia. Já ninguém se interessa por esses postais. Haja é saldo no telemóvel.
Lá em baixo a azafama continuava. Passavam famílias aparentemente felizes. Pessoas com sacos carregados, crianças que gritavam, berravam e corriam. Uns pareciam apressados, outros passeavam calmamente. O cigarro dele tinha terminado, olhava agora novamente para baixo.
- Que observas? – Perguntou ela.
- Tudo um pouco. – Respondeu ele de forma vaga.- Já reparaste nas pessoas?
- Sim. Devem andar nas compras de Natal.- Algumas… Repara bem. Apesar de ser muita gente, parecem não reparar uns nos outros.
- Nunca reparam. Cada pessoa, grupo ou família é como uma ilha isolada, perdidos na sua vidinha. Porque haveriam de reparar nos outros!?
- Olha com atenção, estás a ver aquele senhor. – Disse ela apontando para um homem já de alguma idade, que caminhava calmamente por entre as pessoas.- Sim. Que tem?
- Olha bem para ele. Tem o olhar triste. Parece que está passear, mas na verdade está a observar os outros. Possivelmente porque é uma pessoa sozinha, sem família, sem amigos, sem ninguém. E repara, não é o único com o mesmo comportamento. – Disse ela apontando para mais algumas pessoas que passavam despercebidas por entre a multidão.- São pessoas solitárias, a cidade está cheia delas… Toda a gente sabe, toda a gente finge não saber.Ela baixou os olhos, perante a resposta. – “É triste…” – Pensou. Mas não foi capaz de dizer algo. Na cidade a solidão era mais evidente. O rosto daquelas pessoas tristes era doloroso para quem era de fora.
O som do telemóvel a assinalar nova mensagem fez-se ouvir novamente. Parecia ter vindo no momento certo para quebrar o peso no coração que sentia. Novamente ele não leu a mensagem até ao fim e apagou-a.
- O tempo está estranhamente quente para esta altura do ano. – Disse ela.
- Ainda bem. Gosto que haja tempo quente no Natal.
O sol de Inverno brilhava com bastante intensidade, atingindo em cheio aquela varanda, transformando aquele meio de tarde num clima de Verão.
Apesar do calor, ela, no seu coração, não conseguia deixar de pensar em toda a solidão e toda a pobreza que existia e como esses sentimentos são frios. Na altura do Natal fazem festas solidárias, angariam dinheiro, roupas e comida e o resto do ano? Pensou naquilo que já sabia: “Temos sorte por ter família, amigos, dinheiro suficiente para conforto, prendas e pequenos luxos que achamos tão normais, que nos esquecemos que são um luxo. Depois damos um pouco do que nos sobra a uma causa qualquer e achamos que já contribuímos o suficiente… Na realidade somos hipócritas…”
- O Natal não devia ser assim… - Disse ela.

- Então como deveria ser? – Perguntou ele.

- …

Ela não foi capaz de responder.

A tarde já estava a terminar e já se começava a sentir o frio que a noite iria trazer. Ele abraçou-a carinhosamente e ela sentiu-se aconchegada no calor dos seus braços fortes. Ela sentiu-se feliz.

- Vamos para dentro. – Disse ele.

Ela acenou com a cabeça concordando. Os dois entraram para o conforto do apartamento entre brincadeiras de um casal apaixonado. Lá dentro o calor e a alegria, deram lugar ao esquecimento daquela conversa, daqueles sentimentos, daquela gente triste e solitária… Afinal era Natal...








sábado, novembro 22, 2008

DANÇAR CONTIGO




Moça
Dedico-te uma música estranha
Como é para ti tem de ser estranha
Mas não faz mal
Dançamos na mesma ao som da loucura
Hoje não me apetece pensar
Quero dançar contigo
Excêntrico e extravagante
Escandalizar quem passa na rua
Velhas, pudicas ou beatas
Se for preciso até o padre
Não quero saber
Hoje o mundo é meu
E quero dançar contigo









HIM - Rendezvous With Anus

sábado, novembro 08, 2008

NEVOEIRO DA MANHÃ




Vejo fantasmas de antigos marinheiros. Viajaram por muitas terras e lugares, mas agora estão perdidos.
Fazem a sua última viagem, velejando eternamente em direcção ao pôr-do-sol. Enquanto os seus esqueletos gastos pelo tempo, vagueiam sem rumo pelo convés de um navio esquecido. Ao som hipnótico do canto das sereias. Desejando ardentemente que os seus corações fiquem livres, levados pelo embalar das ondas, numa esperança vã.
Procuram um novo destino que não passa de uma miragem, fazendo-os navegar pelo esquecimento. Procuram esse destino tão arduamente que não reparam nos mistérios do universo, que lhes são revelados em cada maré, como sonhos que vão e vêem.
Serei eu também um destes marinheiros? Navegando perdido pelos mares da vida, buscando uma quimera de fantasia? Enquanto não reparo nas cores do oceano de vida que me rodeia…
Serei…
Talvez um sonho, um acordar!
Sim, acordar. Deixar que este sonho de espectros de marinheiros se dissipe, tal e qual o nevoeiro numa manhã.
Se houver viagem, que siga a sua rota.
Se houver segredos e mistérios, que os descubra e repare neles.
Se houver destino, que o alcance.






Iron Maiden - Rime Of The Ancient Mariner
(Part 1)


(Part 2)

sábado, outubro 25, 2008

UM MUNDO NOVO



Hoje decidi escrever algo. Não tinha grande inspiração mas tinha vontade. E muitas vezes a vontade supera a inspiração. Foi então que reli muita coisa do que tinha escrito e a certa altura um pensamento invadiu a minha mente: “Mais do mesmo”. Ao fim de algum tempo as palavras pareciam-me repetidas, apesar dos temas mudarem, soava-me tudo de forma semelhante. Era como um círculo de assuntos que continuava a chegar ao mesmo início. Tristeza, paixão, fantasia, amor, ódio, raiva, melancolia, loucura, prazer, erotismo, desejo, rebeldia, filosofias, ideais… Sobre tanta coisa tinha escrito, mas acabava sempre por voltar ao mesmo. Tudo diferente, tudo igual. Tudo no mesmo mundo.
Mas afinal, este é o meu mundo. Sobre que mais havia eu de escrever?...
Fez-se silêncio na minha mente. O meu espírito não deu resposta a esta pergunta.

No entanto essa resposta existe. Não é uma opção, é um desejo: “Um mundo novo”…
Eu era o mesmo que havia escrito aquelas coisas, que agora me pareciam gastas, sem vida. Sim, eu era o mesmo. Mas algo havia mudado para que desejasse um mundo novo. Talvez a música no meu coração estivesse mais negra. Talvez… Mas a minha música nunca foi muito branca.
Agora é a parte em deveria dizer: “Se calhar a música no meu coração precisa de ficar mais branca”. Lamento desapontar, mas já provei dessa água e de contos de fada fartei-me rapidamente.
Escapa-me o pensamento não sei para onde…
Reparei que uso muito as reticências, porque atrás das reticências pode vir um infinito… (Bonita frase não é? Já a disse a alguém, mas não surtiu grande efeito!) Mas neste caso não vem infinito nenhum. Pelo menos para já! Por agora vem um vazio.
Que posso eu fazer, para alem deste desabafo? Esperar! Dar tempo ao tempo! Ficar calado.

Talvez não passe de um devaneio. Mais um. E amanhã tudo passe. Talvez chegue à conclusão de que afinal, quando voltar a ler isto, tinha inspiração, não vontade.








RED HOT CHILI PEPPERS - HAVANNA AFFAIR

sábado, outubro 18, 2008

SEM PRESSA



Luna…
Penso em ti…
Tento não pensar,
Mas é inevitável,
Que o meu pensamento vadio
Vá parar a ti…
Chamo o teu nome
Numa estranha telepatia,
Que me mostra o teu rosto,
Sorrindo por quase nada,
Escondendo o teu olhar tímido…
Tens o mundo pela frente.
E sem esconder o meu desejo
De ser teu companheiro de aventura,
Mesmo num devaneio qualquer,
Continuo esquecido
Por entre pensamentos vagabundos
Que me levam a ti.
Não sei porquê tu!?
Talvez a inocência…
Talvez a descoberta…
Talvez…
Não sei o quê!
Talvez sejam desejos secretos…
Todos os humanos os têm.
Suponho que eu não seja excepção!
Então que passe o tempo devagar.
Não tenho pressa de deixar este devaneio.
Pois com toda a certeza,
O tempo…
Sempre o tempo…
Faz-me esquecer de ti.

sábado, outubro 11, 2008

CALADO, QUIETO, PARADO


Decidi ficar calado.
Podia falar mas preferi ficar em silêncio
Deixei que os meus olhos falassem
Aquilo que a minha boca calou
Decidi também ficar quieto
Podia matar-te mas preferi ficar parado
Deixei que os meus olhos assassinassem
Aquilo que as minhas mãos não abateram
Decidi esperar
Podia agir mas preferi ficar à espera
Deixei que os meus olhos agissem
Por aquilo que o meu corpo esperou
Decidi olhar-te de frente
Podia odiar-te mas preferi olhar-te nos olhos
Deixei que estes mostrassem
O ser detestável que és…

sábado, outubro 04, 2008

DESEJO CUMPRIDO


Cheiras a morte...
Desejaste a vida
Mas a vida que desejaste
Está morta
Uma morte bruta
Nefasta, putrefacta
Fria, desgastante
E choras
Para aliviar a dor
Choras
Tal como antes
Com peso nas costas
E coração apertado
Choras
Porque o teu desejo se cumpriu...





Metallica - Until It Sleeps

sábado, setembro 27, 2008

TEMPO SÓ MEU



Sinto falta de algo que ficou esquecido.
Algo que nunca foi lembrado.
Quem sabe até nunca foi vivido…
Mas sinto falta desse algo inquietante…
Talvez esteja a ser egoísta,
Por sentir esta espécie de saudade,
Um pouco triste e desanimada,
Perdida num tempo só meu.
Quis dar nome a este sentimento,
Mas a boca ficou calada.
Silencio é o seu nome!
Desta espécie de saudade…
Saudade que talvez não esteja só…
Quantos mais sentimentos funestos
Acompanham esta ânsia sem nome?
Silêncio fala comigo!
Diz-me aquilo que eu não sei!
Ou se calhar até sei,
Mas não consigo exprimir…
Por isso dou vida a esta saudade calada,
Que me atormenta por entre a rotina,
Me dá insónias quando estou acordado,
E deixa longe o meu olhar…









POISONBLACK - BEAR THE CROSS

sábado, setembro 13, 2008

BEM VISTAS AS COISAS



Não sei porque tentam ver em mim
Aquilo que não sou.
Não percebo porque desejam
Que eu encarne os seus receios.
Eu não sou assim.
Mas aparentemente querem que seja.
Parece que desejam no seu íntimo,
Coroar-me como o Messias dos seus medos.
Talvez não saibam ser felizes…
Ou talvez no seu inconsciente,
Tenham medo da felicidade.
(Ou se calhar conscientemente…)
Não sei.
Não sou psicólogo.
Nem vou perder o meu tempo com isso.
Froid que os entenda.
E no fundo.
Bem vistas as coisas.
Sinceramente pouco me importa
Se querem ver em mim
Algo que não sou.
Até porque aos poucos,
Segundo a sua vontade
E perante tanta insistência
Mesmo sem querer,
Torno-me nisso mesmo…






REMEMBER- ICON AND THE BLACK ROSES

sábado, setembro 06, 2008

SABE-SE LÁ AONDE


A sala estava muito pouco iluminada, a única luz existente provinha das duas velas acesas que se encontravam em cima da mesa perfeitamente posicionada no centro da divisão. Havia uma estranha energia no ar que antecipava algo que iria acontecer. O silêncio era tão forte que enlouquecia. Duas portas, uma a norte, outra a sul, davam acesso aquele obscuro compartimento situado sabe-se lá aonde. A única certeza era que algo ia acontecer.
A expectativa foi quebrada quando a porta do lado sul começou a ranger e lentamente se foi abrindo, revelando uma silhueta de mulher. Era ainda jovem, mas consigo trazia muitas vidas vividas, muitas mortes sofridas e a força daquelas que num passado de trevas padeceram entre o fogo. Os seus olhos brilhavam, lubrificados pelas lágrimas que só o amor pode criar. Ela ficou parada, olhando a outra porta, por entre a penumbra e o silêncio.
Não se sabe ao certo quanto tempo passou, até que a porta do lado norte se abrisse também, mas o ambiente gerado fez parecer uma eternidade. Então no outro extremo revelou-se outro vulto, desta vez masculino. Tinha o olhar frio e implacável de um guerreiro invencível, mas nas suas costas o peso de toda a mesquinhez que a vida possuiu. O seu rosto parecia cansado e o seu coração de pedra secretamente desejava bater quente.
Os dois dirigiram-se para a mesa, sentando-se um em cada extremo. Não trocaram palavras, mas os olhares que cruzaram falavam uma linguagem mágica que o mundo não compreende e com os seus conhecimentos ocultos, iniciaram um ritual de feitiçaria onde trouxeram à vida as amarguras suportadas pelos seus corações humanos. Ódio, amor, raiva, paixão, ganância… Tudo isto mostraram um ao outro, que com uma força que não pode ser compreendida foram aos poucos anulando. E lentamente uma luz interior renasceu neles. Já não eram os mesmos que entraram. Os seus rostos estavam diferentes. As forças ocultas que guardavam em segredo tinham-se restaurado num estranho ritual, onde energias opostas, masculino e feminino, anularam as correntes que os aprisionavam.
Sorrindo levantaram-se, saindo pelas mesmas portas que haviam entrado, deixando aquela estranha sala enfeitiçada, perdida num tempo e num espaço, onde magia aconteceu e corações se restauraram. Para, quem sabe, um dia voltarem…






Magica - All waters have the colour of drowning

sábado, agosto 30, 2008

SACERDOTISA DA LUA


Encanta-me com o teu canto calado. 
A tua pele suave como seda,
O teu olhar de cristal luminoso,
Teus lábios rubros como sangue.
Enfeitiça-me com a tua noite mágica.
Refresca-me em teu braços,
Serenos como aguas de um lago calmo,
Enquanto a tua paz me abstrai,
Para um mundo sem desordens.
Inebria-me em tua voz encantada,
Como uma sereia a um humilde marinheiro.
Deixa que o esquecimento me lave,
De tudo que em mim é impuro.
Inibe-me de desejos, ambições e cansaço.
Despe-me o peso da armadura,
Riscada por batalhas incontáveis.
Leva para longe a minha espada,
Para que não trespasse a carne da pureza.
Serena-me como só tu sabes.
Sob o contemplar resplandecente da tua mãe:
Lua;
Que me ilumina nas trevas;
Me encanta na noite intensa;
E te envia a mim…
Ninfa sem nome…
Que apazigua a minha alma…
Para que por entre fragmentos de tempo,
Me devolvas à inocência…

sábado, agosto 23, 2008

DUVIDANDO DE MIM MESMO



A dúvida habita a minha mente
Não sei o que escolher
Não sei o que querer
Se aquilo que quero hoje
Amanhã já estará esquecido
A dúvida é o meu vício
Mesmo que haja certeza
Gosto do momento da escolha
Ainda bem que assim é
Já que a vida é feita de escolhas
Boas ou más só o tempo o dirá
Mas tudo começa com a dúvida
Por isso deixo-me levar por ela
Seguindo as escolhas que me surgem
E as escolhas que crio
Não sei quem sou hoje
Ou se calhar até sei
Certo é que não sei quem serei amanhã
Apenas a certeza
De que dúvidas terei sempre
Mesmo que haja certezas
E escolhas terão de ser feitas








Guns N' Roses - You Could Be Mine

sábado, agosto 16, 2008

O COMBATE



Não te iludas
Isto é uma guerra.
Uma guerra diferente.
Porém, uma guerra.
Quando te olho com desejo,
Te aperto com ardor,
E beijo obsceno,
Como um lobo ao devorar a presa.
Não te deixes iludir,
Pelas sensações que te invadem.
Pelo calor que o teu corpo sente,
O arrepio que te percorre a espinha
E os suores que te alagam,
Tal como uma alma em êxtase.
É uma guerra,
Que não faz prisioneiros.
Quando te rasgo a roupa,
Provo o teu corpo exposto,
Te faço delirar com luxúria
E entro em ti como um demónio.
Eu sei que é uma guerra,
Quando me cravas as unhas nas costas,
Gritas ofegante em delírio
E te entregas ao combate,
Como um tigre assanhado.
Não te iludas.
Tudo isto é uma batalha.
Sem regras.
Quando nos possuímos,
Obscenos,
Loucos,
Pecaminosos,
Despidos.
Nos mordemos,
Arranhamos,
E saciamos o nosso corpo.
Não te iludas.
Pois nesta guerra,
Os sentimentos morrem.
É apenas a carne que manda.
A intuição que governa.
E o desejo que se sacia…







Dark Moor - The Chariot

sábado, agosto 02, 2008

NÃO ME CULPEM A MIM


O mundo tornou-me insensível
Pois insensível então sou
Não neguei a oferenda
O coração frio
O pensamento lógico
Calculista e maquiavélico
Não sou mau
Apenas o resultado do mundo
Não culpo ninguém
Por isso não me culpem também
Culpem o mundo
Por existir
Culpem os homens
Por alimentarem o ódio
Culpem quem vocês quiserem
Por aquilo que quiserem
Mas não me culpem a mim
Sou um monstro talvez
Um génio
Um louco
Um guerreiro
Um demónio
Sou o caos
Shiva
Destruidor criador
Sou aquilo que sou
Perdoem-me por isso
Ou então não (pouco me importa)
Temam-me
Odeiem-me ou amem-me
Não quero saber
Mas não me culpem a mim








Visions of Atlantis - The poem

sábado, julho 26, 2008

SECRETAMENTE


Secretamente amo as trevas
Seduz-me o frio do vazio
As cores berrantes da noite escura
O sabor fresco do sangue vivo
Os dentes raivosos a rasgar a carne
Os gritos de dor de uma alma torturada…
Secretamente este é o poeta que há em mim
Inspirado pelo caos e pelo horror
Enamorado pela tormenta insanidade…
Um monstro horrendo vive em mim
Quando acaricio um rosto de mulher
Lhe faço bater forte o coração
Desnudando o seu corpo ansioso
E possuindo-a com ardor…
Secretamente não sei quem sou
Preso entre o calor e a frieza
Calado na gritaria do mundo
Berrando no silêncio das palavras
Perdido no meu caminho
Secretamente…
…ainda fica tanto por dizer…






Iron Maiden - Wrathchild

sábado, julho 19, 2008

SOBERANO



Não tenho coroa mas sou rei
O meu reino é a liberdade
Cavalgo o vento triunfante
Erguendo a espada da audácia

Grito o meu nome alto
Para que todos o conheçam
Comigo trago o sabor do desejo
E a força imensa da magia

Não sei para onde vou
Perdido num caminho já traçado
Não obedeço a leis encarcerantes
Pois ser livre é a minha vontade

Sonhos talvez os tenha
Mas não penso muito nisso
Tenho sim uma ânsia em mim
Que me diz onde devo ir

Orgulho-me de ser assim
Cavaleiro numa noite iluminada
De espírito bravo e indomável
Soberano de um mundo só meu…





Motorhead - King of Kings

sábado, julho 12, 2008

AQUILO QUE MAIS TEMES


Beija-me com os teus lábios gelados
Abraça-me com os teus braços cansados
Olha-me com os teus olhos em lágrimas
Sente-me com o teu coração partido
Ama-me com a dor que só uma mulher sente

Sou aquilo que mais temes secretamente
Para ti sou o caos e a destruição
Sou a tormenta que te devora a alma
O herói que mata a guerreira que há em ti
Pois a tua guerra a mim nada me diz
Para ti sou a palavra mais dolorosa
Sou a tua submissão e prisão
A tua espada não me trespassa
O teu escudo não me repele
Perante mim a tua força cai por terra
Sou o teu verdadeiro medo
Aquilo que mais temes
Aquilo que mais te dói
A destruição chamada felicidade





Lacrimas Profundere - A Pearl

sábado, julho 05, 2008

PENSAMENTOS QUE ME INVADEM


Hoje estou aqui sozinho
Enquanto a noite cai
Fresca e confortante
E me aconchega com o seu vazio
Estou parado
Apático
Entre pensamentos que me invadem
Ideias vindas do nada
Que me deixam solitário
Fascinado com o infinito
Assim perdido
Entre a escuridão que cai
Torno-me sábio nesse momento
Uno com o universo
Enquanto as trevas me acariciam
A minha mente voa
Os meus olhos brilham
E esboço um sorriso
Enquanto a noite cai…





Leaves Eyes - Elegy

sábado, junho 28, 2008

QUEM SABE?…


Gostava que compreendessem a minha solidão
Que aceitassem a minha necessidade de me isolar
De ficar só comigo mesmo para esquecer o mundo
E ao esquecer o mundo talvez o compreenda
Quem sabe até sinta falta dele na sua confusão
Até porque eu faço parte do mundo na sua insanidade
Mas preciso desta solidão para ser eu mesmo
Para me encontrar, libertar, purificar, encontrar paz…
Uma paz tão doce, tão terna, tão serena que me recria
E eu renasço nesta solidão livre que me apazigua
Gostava que não me julgassem e respeitassem
Preciso destes momentos solitários para me libertar
Talvez seja diferente quem sabe?… Pois que seja!
Se sou diferente dos outros, peço que aceitem
Que respeitem a diferença pois nela está a beleza
Se quero estar só, deixem-me, para que seja eu
Deixei-me ser eu, na minha diferença e solidão
Deixem-me mergulhar na serenidade e encontrar Paz
Para que quando voltar… Vos leve essa Paz também…



Crematory - The Fallen

sábado, junho 21, 2008

A RAINHA DOS MALDITOS (QUEEN OF THE DAMNED)

Hoje não me apetece publicar um texto... Deixo-vos com o filme "A Rainha dos Malditos", um dos meus filmes favoritos, que encontrei no youtube.

Um filme de terror ou uma história de amor? Decidam vocês..



































sábado, junho 07, 2008

A MORADA DOS LOUCOS



Esta gritara incomoda-me
Quero que se calem
As vossas vozes irritam-me
Metem-me nojo
Dão-me náuseas
Façam silêncio
Já vos mandei calar
Calem o tempo
Calem as paredes
Calem a luz
Calem a escuridão
Calem o mundo
Ou deixem-me amar a loucura
Ser invadido por castas de demónios
Deixar que ódio me corra nas veias
Abrir as portas do terror
Enquanto me gela o olhar
E transforma em pedra o meu coração
Em poeira os meus sentimentos
Em fogo o meu sangue ainda humano
Calem-se para que descanse
Quero ficar apático
Calado no silêncio
Sem pensar
Mas quem pensa não sou eu
É a insanidade
É essa gritaria que me enlouquece
Esta confusão deixa-me tresloucado
Num desespero agitado
Numa insónia sem sentido
Porque os monstros não dormem
Enlouquecem
E como vocês não se calam
Eu enlouqueço para não vos ouvir
Para vos calar
Nem que vos corte as gargantas
Para já calo-me eu
Vou habitar a morada dos loucos
E esperar que se calem
Ou então que vos cale eu





Moonspell - Scorpion Flower

sábado, maio 31, 2008

O DOCE SABOR DO VINHO


Hoje brindo
Ergo este cálice bem alto e brindo
Brindo com o meu melhor vinho
Brindo aos meus inimigos
Brindo pela raiva que me têm
Brindo à vida que desperdiçam
Brindo à inveja que os consome
Brindo porque me orgulho de mim
Brindo porque tenho pena
Pena de quem desespera com cobiça
De quem tem um coração corroído pelo ódio
Pena de quem não sabe viver
Hoje brindo
Saboreio este vinho doce calmamente
Brindo porque tenho paz
Brindo porque sou forte
Brindo… porque sei sorrir

sábado, maio 24, 2008

MELODIA ROUCA


Perdido neste momento solitário
Levo esta harmónica à minha boca
Gentilmente os meus lábios a tocam
Como se um beijo carinhoso lhe desse
E tal como um beijo sai espontâneo
Sem ensaio improviso uma melodia
Uma musica que sai do meu sopro
Por entre o tom morno da harmónica
Nascem acordes de tristeza e alegria
As notas tocadas contam uma história
Falam de sentimentos escondidos
De loucas aventuras vividas
Amores perdidos e paixões ardentes
De desejos ocultos no olhar…
Disperso nesta melodia rouca
Vou desenhando novos sons
Falando de mim ao mundo calado
Beijando esta harmónica de tom morno
Improvisando uma estranha melodia
Perdido neste momento solitário








Ennio Morricone For a few dollars more

sábado, maio 17, 2008

POEMA DO VELHO PIRATA



Aos vossos postos reles piratas!
Icem as velas deste pútrido navio!
O vento chama por nós uivando.
Zarparemos a coberto do nevoeiro,
Nesta noite em que a Lua vadia.
Canta connosco o hino de terror.

Malditos bêbados preguiçosos!
Hasteiem a nossa bandeira vermelha,
Esfarrapada pelo tempo irremissível,
Mas manchada com a cor do sangue,
De todos aqueles que esventramos,
Trespassados pelo frio da espada.

Vamos rapazes, hoje é noite de festa!
Esta velha carcaça zarpa novamente!
Deixem que o vento uivante nos leve.
Cantem para que todo o mar nos oiça.
Entoem hinos sobre tesouros nefastos,
Saques terríveis, maldições e glória.

Seu bando de bandidos renegados!
Piratas salteadores, sem lei, nem honra!
Oiçam a minha voz corroída de ambição.
Eu, o vosso capitão hediondo vos digo:
Que novas aventuras nos chamam,
Por entre o convés podre desta barca.

Aos canhões seus miseráveis!
Façam ecoar uma salva de fogo,
Por entre este nevoeiro amaldiçoado.
Que tremam os justos navegantes,
Porque nesta noite condenada,
Os piratas zarpam no seu navio infernal.

Sigamos mar a dentro marujos imundos!
Este nevoeiro cerrado está connosco!
Que tremam os nossos inimigos.
Hoje pilharemos sem misericórdia,
Degolaremos a garganta dos heróis,
E tomaremos as mulheres com ardor!

Cantem homens, cantem vitoriosos.
Feitos de pirataria, pilhagens audazes!
Praguejem orgulhosos da vossa insurreição.
Nada pára este velho navio maldito,
Nada pára a nossa vida de aventura,
Nada sacia a nossa fome por ouro!

Ergam as vossas espadas orgulhosos!
Pois uma nova viagem nos espera.
Muitos mapas de muitos tesouros.
Muitas maldições cairão sobre nós.
Mas unidos cuspimos sobre o perigo,
Invencíveis neste navio assombrado.

Alegremo-nos, vil escumalha desprezível!
Transformemos o oceano em inferno
E nas suas chamas naveguemos esta barca!
Oiçam a voz encantada que o vento traz.
Grita o nosso nome com fervor.
É a voz dos Deuses da guerra e do medo.

Sintam o cheiro do mar nesta noite maldita!
Inebria-me o aroma da liberdade!
Homens, ladroes, assassinos, piratas…
Assim somos nós, livres neste navio,
Que ruma imponente por entre a bruma
E na sua rota nos leva a façanhas imortais…



Ensiferum - Token of Time

sábado, maio 10, 2008

POUCO IMPORTA



Tenho vontade de desistir
Deixar tudo para trás
O futuro não me prende
O passado está esquecido
Tudo que tenho não me completa
Os meus sentimentos são frios
O amor apenas uma palavra
E os meus desejos passageiros
Quem sou pouco importa
O que alcancei nada me diz
Poeta
Guerreiro
Rei
Deus
Mestre e Senhor
Herói numa história apática
Nem sei porque escrevo isto
Se o que quero é desistir
Mas desistir é apenas um desejo
De um corpo cansado ao adormecer
E os meus desejos são passageiros
Por isso vou esperar
Aquilo que o que o sono me diz
No conforto da noite conselheira
Se hoje quero desistir…
…amanhã vou querer continuar…




Serj Tankian - Sky Is Over

sábado, maio 03, 2008

UM POUCO MAIS...



Quero beijar-te,
Nem sei bem porquê.
Podia querer o teu corpo,
Encerras beleza carnal em ti.
Mas não…
Não é o teu corpo que quero.
Talvez por isso te queira beijar,
Pois quero sim: a tua Alma.
Não a quero possuir,
Pois uma Alma não se possuiu.
A Alma é livre como o vento,
Misteriosa como o universo,
Enigmática como o Divino…
Quero sim, toca-la.
Com um beijo intenso,
Posso tocar a tua Alma…
Não sei explicar o porquê,
Mas conheço o poder de um beijo.
A intensidade;
A força;
A exuberância;
A profundidade…
…que o toque dos lábios traz,
A dança das línguas une…
E o desejo que pára o tempo,
Deixando que as almas se toquem...
Num momento sem explicação,
Num momento de magia,
Num momento de inspiração…
Em que o poeta se perde…






Alice Cooper - Poison

sábado, abril 26, 2008

ORAÇÃO DE UM CORAÇÃO INQUIETO


Acalma-me
Preciso que me acalmes
Não com palavras
Não com gestos
Nem tão pouco com carinho
Acalma-me
Como só Tu sabes
Na origem do meu eu
Fala-me ao coração
Isola-me do resto
Cala o ruído
Nos meus ouvidos fartos
Refresca-me no Teu oásis
Com a Tua fonte de água viva
Acalma-me
Serena-me
Faz-me sorrir
No meu coração
Na minha energia
Em tudo que sou
Na origem do meu eu





Tarja Turunen - My Little Phoenix

sábado, abril 05, 2008

...SEGREDOS...


Conta-me um segredo…
Que segredo? – Perguntas tu.
Esse que escondes… - Respondo eu
Que segredo poderias tu esconder?
Desejos, acções, anseios, paixões…
Quem sabe a ambição oculta
De teres, controlares, dominares…
De alguma forma teres o poder,
Mesmo que não seja teu…
Domares o indomável…
Ou então, um segredo obscuro
Que te levaria à fogueira
Em tempos passados de trevas…
Segredos de um teu outro eu
Quem és por detrás de ti…
Segredos sombrios ou banais…
Quem sabe os segredos da carne
Que tantas vezes nos trai
Levando-nos a desejos proibidos
Paixões insanas sem sentido
Prazeres loucos no oculto
Quem sabe o que guardas?
Eu não. Apenas devaneio…
Acerca desse segredo que escondes…




Secret In My Heart - HIM

(Esta musica está atribuida aos HIM, mas é de uma banda que faz covers dos HIM, não tem imagens o video mas a música vale a pena ;)

sábado, março 22, 2008

CHUVA



Hoje chove
Eu não consigo chorar
Mas a chuva chora por mim
Lágrimas cinzentas
Frias
Melancólicas
E vazias
Tal como eu
Hoje chove com força
Chove sem parar
Gotas que são lágrimas
Que deveria chorar
Mas estou vazio
Melancólico
Frio
E cinzento
Como esta chuva que cai
Guns N' Roses - November rain live Rock in Rio

sábado, fevereiro 02, 2008

DESAFIANTE




De repente perdi-me no teu olhar
Esse olhar que já julgava resignado.
Está diferente… Está vivo e ardente…
O teu olhar parece que me chama…
Atrevo-me a dizer que me desafia…
Um olhar que desafia, ambiciona, seduz…
Não! Não é a mim que desafia…
Desafia o mundo na sua imensidão.

De repente esqueci-me no teu olhar
Esse olhar que me murmura uma história.
História ousada, ainda por contar…
Um começo de aventura audaciosa,
Tal como um épico heróico e audaz,
Por entre sentimentos humanos.
Desejos renascidos do esquecimento,
Ansiando preencher o teu devaneio…

De repente inspirei-me no teu olhar
Não sei porquê, mas não resisti.
Mas afinal porque haveria de resistir?
Se o teu olhar me chama assim, feroz,
Como um fogo ardente na noite escura…
Um tesouro perdido num mundo oculto…
E esboço um sorriso audacioso,
Pois, de repente, o teu olhar desafiou-me…




Nightwish - Ever Dream

sábado, janeiro 26, 2008

DESEJO INTENSO


Queria escrever algo maldito…
Algo cuja simples leitura fosse aterradora
Fizesse tremer o sono de qualquer justo
Algo que abrisse as portas á insanidade
Como se fosse um feitiço de pura dor
Algo que invocasse demónios e monstros
Que gelasse o mais corajoso dos homens
Algo horrivelmente infame e nefasto
Anunciando sofrimento atroz ao mundo
Queria escrever algo maldito…
Mas a inspiração hoje não me deixa
Por isso aquilo que escrevo são só palavras
Palavras que pouco dizem a quem lê
Ou se calhar até dizem quem sabe…
Transmitem apenas o desejo intenso
De querer escrever algo maldito…
A inspiração que conduz a minha mão
Não me deixa escrever palavras nefastas
Por isso hoje não escrevo
Talvez amanhã…


…escreva algo maldito



Iron Maiden - Children Of The Damned

sábado, janeiro 12, 2008

EU SEI



- Sabes? Não gosto do Inverno, principalmente das noites…
- Porquê?
- Às vezes acordo durante a noite e o seu silêncio gélido enche-me de uma tristeza fria.
- Como assim?
- A solidão da noite de Inverno é tão fria, que sinto…
- Sim…
- Talvez medo…
- Medo…
- Sim. Medo do vazio com que aquela solidão me preenche.
- É assim tão forte?
- Sim. Fecho os olhos e cubro-me com os cobertores pesados. Chego mesmo a cobrir a cabeça. Mas apesar de estar quente debaixo dos cobertores, eu sei que por detrás das minhas pálpebras fechadas e cobertores quentes, a noite, fria, vazia e solitária continua lá.
- Que pensas nessas alturas?
- Não sei, está tudo demasiado vazio, espero apenas que o sono chegue novamente…
- E chega?
- Não.
- Então…
- Por vezes ganho coragem e abro os olhos, tentando desvendar as silhuetas que se evidenciam por entre a escuridão.
- Que vez nessas alturas?
- Apenas contornos que me revelam um vazio…
- Compreendo. A tua imaginação não funciona. O teu mundo fica completamente vazio…
- Sim, acho que é isso…
- A única coisa de que tens medo… O vazio…
- Sim, o meu único medo…
- Compreendo…
- Guardo este segredo, tal como uma criança guarda segredo dos monstros que imagina durante a noite…
- Sim. Os teus fantasmas…
- Sim…
- Não te preocupes. A manhã vai acabar por chegar e a sua luz vai trazer consigo um mundo preenchido…
- Eu sei…
- Mas a noite de Inverno vai continuar lá, fria e vazia…
- Eu sei…