sexta-feira, dezembro 30, 2005

HONRA-ME FILHA DE ZEUS


Atena
Poderosa Deusa da sabedoria
Deusa da justiça entre a discórdia
Protectora dos heróis
Perante ti filha de Zeus
Tu que habitas o imponente Olimpo
Ofereço a minha espada à tua causa
Guia sempre a minha mão no seu manejo
A ti poderosa Deusa
Ofereço a minha arte de conhecer o sonho
Que me foi ensinada por Morpheu
Deus que habita a fantasia dos homens
Despertos ou adormecidos
À tua causa nobre de justiça
Ofereço os meus talentos
Protege-me poderosa Atena
Pois eu sou o teu servo
Desejo ser digno da tua honra
Desejo viver sobre o teu código
Concede-me sempre o dom da sabedoria
Faz que eu seja justo
Digno do reparo do Olimpo

sexta-feira, dezembro 23, 2005

AQUELE MUNDO


Deixa-me sonhar
Deixa-me estar assim longe
A pairar satisfeito no meu sonho
Saboreando a ilusão
Deixa a musica dar asas ao meu devaneio
Levar-me através do infinito
Deixa que o meu olhar distante
Seja um mar de felicidade
Um sorriso sincero de prazer
Deixa-me estar assim parado
Como se o tempo não avançasse
Hipnotizado por uma luz invisível
Embriagado com um néctar doce
Deixa-me viver este meu devaneio
Deixa um arco-íris nascer no meu coração
Atravessar o mar do meu olhar distante
Pintar o mundo de cores vivas
Deixa, é apenas uma fantasia
Mas deixa-me assim livre pelo infinito...


sexta-feira, dezembro 16, 2005

SECRETO


Tentas-me…
Sabes porquê?
Tens segredos
Vejo isso no teu olhar provocante
Oiço-o na tua voz doce
E nas tuas palavras simuladas
Tens segredos sangrentos
Segredos de luxúria
De prazer carnal…

Tentas-me…
Misturas-te entre nós
Mas tens desejos ocultos
Quero possuir-te…
Na noite audaciosa
Onde se amam os malditos…
Rasgar-te a roupa que cobre a tua fome
Deixar o teu corpo nu
Coberto apenas com suor e desejo
Passar as minhas mãos pelas tuas curvas
Sentir a tua carne suculenta…

Tentas-me…
Quero possuir-te
Quero morder-te a carne
Provar o teu sangue com sabor a luxúria
Quero que me rasgues a pele com as tuas unhas
Que bebas o meu sangue com sabor a desejo
Quero ser animal contigo
Misturar prazer e dor numa luta sensual
Quero provar o néctar do teu sexo
Os sabores proibidos do teu corpo sumarento
Sem tabus
Apenas desejo…
Quero que o sangue da nossa luxúria
Se torne vinho doce nos nossos cálices
Quero segurar-te as coxas e possuir-te
Que grites alto de prazer
Para que todos oiçam a tua agonia de deleite
Ora tu
Ora eu
Dominadores
Submissos
Num prazer carnal sem palavras
Protegidos no calor da noite pecadora
Animais em prazer
Sangue partilhado
Corpos em desejo
Até que a manhã nos adormeça…


quinta-feira, dezembro 08, 2005

ESBOÇO UM SORRISO...




Hoje estou aqui sozinho
Enquanto a noite cai
Fresca e confortante
E me aconchega com o seu vazio
Estou parado
Apático
Entre pensamentos que me invadem
Ideias vindas do nada
Que me deixam solitário
Fascinado com o infinito
Assim perdido
Entre a escuridão que cai
Torno-me sábio nesse momento
Uno com o universo
Enquanto as trevas me acariciam
A minha mente voa
Os meus olhos brilham
E esboço um sorriso
Enquanto a noite cai…



sexta-feira, dezembro 02, 2005

ENTRE A MELANCOLIA E A PAZ




Encontrei um muro que dividia a terra, mas eu queria passar para o outro lado. A guardar o muro estava um monstro nauseabundo. Ele era sonho e eu também.
O monstro era enorme. Tinha focinho de cavalo, com umas narinas muito abertas que expeliam fogo. Tinha duas cavidades oculares. Mas dentro de cada uma, em vez de ter um só olho, tinha mil olhos que se movimentavam rapidamente, o que permitia ao monstro ver em todas as direcções ao mesmo tempo. A sua língua eram três tentáculos de polvo compridos. Da sua boca saia uma baba repugnante que enojava até o mais imundo dos homens. Tinha cinquenta cornos de várias formas, tamanhos e feitios, numa linha, dois a dois, que iam desde o início da testa até ao fim do pescoço. Nas suas costas e ombros tinha centenas de espetos, que saíam e voltavam a entrar alternadamente, provocando um barulho semelhante à água em ebulição. Da sua barriga saíam quatro cabeças de cães raivosos, que rosnavam impacientemente. As mãos do monstro eram lâminas afiadas. Da cintura para baixo tinha corpo se serpente enrolada. Ele dirigiu-se a mim e perguntou:
- Que fazes aqui? Procuras o desespero?
Eu respondi:
- Eu já encontrei o desespero. Comi as suas carnes e logo a seguir vomitei-o.
O monstro perguntou novamente:
- Então que fazes aqui? O que procuras?
Eu respondi:
- Eu procuro a beleza, a simplicidade e a inocência.
Então o monstro recuou. Os cães deixaram de rosnar. Os espetos recolheram todos. Os olhos ficaram parados e das suas narinas deixou de sair fogo. Esteve assim parado durante um pouco. A seguir transformou-se numa bola e dela saíram mil patas de aranha. Nessa forma ele foi-se embora. O muro que protegia dissipou-se como fumo. Deixando-me num prado verde.


sábado, novembro 26, 2005

OS DEUSES OBSERVAM



Desvanece-se a noite que cobre o Verão
Revela-se o sol que assombra o Inverno
Anjos caídos tocam as trompetas da agonia
Os seres malditos mostram-se ao mundo
Os ventos sopram melódicos e fortes
Os Deuses observam os humanos
Enquanto saboreiam o vinho de Dionísio

De entre os esquecidos surge um vulto
No seu olhar apático vive o vazio
No seu rosto habita um sorriso triste
Caminha lentamente entre os vivos
Sabendo que a vida deles esta morta
Preso entre o mundo e a solidão
Um guerreiro solitário revela a sua glória

Olhares incrédulos observam-no
Enquanto sozinho desafia o mundo
Os Deuses comentam entre si
A audácia de um homem sozinho
Querendo completar o vazio do olhar
Aprender a sorrir no seu destino
Por entre a vida morta dos humanos

F

sábado, novembro 19, 2005

A LUZ



Abro os meus olhos à verdade
Deixando um sorriso triste
Enquanto caminho sozinho à chuva
Procuro uma porta que me guie
Uma música melancólica acompanha-me
Desde o amanhecer até o pôr-do-sol
Tento encontrar uma luz
Eu sei que existe uma luz…

A alegria não está no meu olhar
Gostava de encontrar uma luz
Uma mão que me segurasse
Que fosse minha guia
Vivo uma ilusão que tento esquecer
Mas mesmo assim caminho à chuva
Na companhia da minha solidão
Guardando um último fôlego

Quando o luar cair sobre a Terra
Brilhando perante os meus olhos
Eu sinto que o tempo
Apenas ficou para trás
Espero uma luz salvadora
Na berma de um precipício
Na frescura da alvorada
O tempo abandona-me…

P

sábado, novembro 12, 2005

PALAVRAS



- Sabes, já conheci muita gente sonhadora na minha vida…
- Sim… Eu também…
- Muitos mudaram e perderam a capacidade de sonhar com o tempo e com a rotina. Outros, com as adversidades da vida deixaram de acreditar em sonhos. Outros ainda, com essa adversidade voltaram a sonhar, mas refugiaram-se na sua fantasia, vivem na ilusão…
- Outros ainda, criticam os que sonham, mas sonham em segredo… Por algum motivo estúpido não dão ouvidos à sua fantasia…
- Não conseguem perceber que o sonho revela a verdade, a força e a paz…
- As pessoas que sonham são mágicas…
- Sim… Tal como uma criança com os seus sonhos inocentes.
- Não sabem que encerram magia…
- Não sei se inveje uma criança por ser mágica, ou se inveje alguém que não sonhe por viver na ignorância…
- Acho que é um caminho que Deus traça para nós. Tu aceitaste-o…
- Diz-me… Nunca te apeteceu desistir…
- Sim, várias vezes…
- Porque não desististe?
- Tu sabes…
- Sim… Acho que sim… Apesar de tentar negar a mim mesmo…
- O vazio frio e a ânsia que não morre…
- …a ânsia do nosso outro eu…
- É um caminho onde não se pode voltar para trás…
- Mas é um caminho solitário…
- Mas pensa nas coisas belas que encontraste.
- Sim, tanta coisa. Se fosse apenas mais alguém não teria visto.
- Nem saberias que estava lá…
- Sim…
- Sabes, tal como tu gostava de mostrar aos outros aquilo que vi e o que vou ver ainda.
- Já tentei…
- E conseguiste?
- Não. Apenas consegui mostrar a direcção…
- E quando pensas que conseguiste…
- As pessoas mudam. Nas suas promessas esquecem o factor da mudança.
- Outras sabem que se seguirem nessa direcção não podem voltar…
- Sim. Preferem a ignorância. Não censuro…
- Por isso desisti…


quarta-feira, novembro 09, 2005

SANIDADE



Eu vi os monstros horrendos que perseguem a sanidade…
Assemelhavam-se a cães, mas andavam de pé como os homens. Os seus corpos eram uma mistura de homem com cão. Eram negros como a noite. A tapar as partes baixas, tinham uma espécie de saia, feita de um tecido magnífico de cor dourada. Parte do peito, ombros, pescoço, e cabeça eram feitos de ouro. Mas o ouro era como pele. Era flexível. As cabeças eram de cães. E do ouro duro abriam-se bocas horrendas com dentes enormes. Os olhos eram como uma luz vermelha. As orelhas eram asas de ouro. Emitiam sons arrepiantes que aterrorizavam, gelavam os músculos e arrepiavam os ossos. Transformavam o dia em noite. A felicidade em agonia.
Na mão direita traziam uma espada negra e dela saia um fogo de cor azul que hipnotizava.
Eles passaram por mim, porém não me tocaram, nem me viram, pois eu era sonho. E eu sendo sonho, não me podem tocar.
Se um monstro for sonho, aí está a perdição. Pois se os monstros forem sonho, não há como fugir.

sábado, outubro 29, 2005

A MANEIRA DE ME ENTREGAR


Aceita esta rosa negra que te dou
Ela significa aquilo que de mais belo,
Mais puro, mais sincero que te posso dar…
Sabes o que significa?
Ela significa o meu lado negro,
O meu lado mais obscuro,
Aquela parte de mim que tento ignorar,
Que tento esconder do mundo…
A ti ofereço o meu maior segredo
Confio-te assim a minha escuridão,
Para que a guardes na tua luz…
Desta forma me entrego a ti
Me torno frágil nas tuas mãos
É nesta rosa negra que te dou
Que te demonstro o quanto te quero…
Conheces agora o meu lado mais íntimo
És prova da minha entrega…
Por isso te dou esta rosa negra,
O mais belo símbolo de amor
Que te posso dar…

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sábado, outubro 22, 2005

MORRES PARA O SONHO




No calor da noite,
Iluminada pela lua cheia.
Gloriosa e bela.
No seu esplendor iluminado,
Assisto à cerimónia,
Do fim da tua aventura sonhadora.
Carrego o teu corpo belo.
Quase no fim das tuas forças,
Lutas para manter os olhos abertos.
O fim dos teus sonhos,
Dão-te uma beleza transcendente.

Deito-te no altar do fim da tua fantasia.
Contempla a beleza,
Deste templo magnifico.
Delicio-me com a visão do teu rosto pálido,
Quase sem emoções.
Mesmo antes de fechares os olhos,
Dou-te um último beijo,
Provando a doçura dos teus lábios,
Uma última vez,
Enquanto ainda estão quentes,
Mesmo antes de gelarem,
Sem o calor dos sonhos.
Um ultimo beijo sonhador.

E afasto-me,
Enquanto observo os teus olhos fecharem.
Uma lágrima solitária que cai do teu rosto,
Enquanto o teu corpo gela,
E os sonhos te abandonam,
E a tua vida se torna morta.
Eu afasto-me,
De volta ao gelo quente da minha fantasia.

Talvez um dia te acorde,
Te traga de novo à vida,
Te devolva a força de sonhar,
Com um beijo ardente,
Nos teus lábios gelados,
Te devolva um sorriso sincero,
E o calor ao coração.




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segunda-feira, outubro 17, 2005

DANÇO COM O TEU VAZIO




Agora estás vazia
Com o olhar perdido no passado
Um sorriso melancólico
E uma apatia no rosto
A tua nostalgia torna-te bela
Uma luz apagada na escuridão

As lágrimas que choras ao deitar
Contam Histórias que me fascinam
De sonhos destruídos e ilusões perdidas
Só um louco como eu entende a beleza
Que um coração partido tem
No seu bater sem vida

Na tua gargalhada simulada
Tentas esquecer o abismo em que caíste
E a mágoa que te acaricia
És linda na tua tristeza
E cada lágrima que vertes
É uma jóia brilhante e inestimável

O teu vazio atrai-me
Como um vórtice para outro mundo
O teu novo mundo cinzento
Onde te perdes por jardins sem vida
E a tua nostalgia se torna beleza
Esquecida num mundo sem sentido


segunda-feira, setembro 19, 2005

BEM-AVENTURADOS...




Bem-Aventurados aqueles que partem o coração, pois deles são as lágrimas mais puras...

Bem-Aventurados os loucos, pois deles é a sabedoria mais genuína…

Bem-Aventurados aqueles que sorriem sob o peso de um coração melancólico, pois deles é a alegria mais amarga…


Bem-Aventurados os que vivem no calor da noite, pois deles é a luz mais verdadeira…


Bem-Aventurados os solitários, pois deles são as noites mais frias…


Bem-Aventurados os sonhadores, pois vivem a vida mais intensa…


Bem-Aventurados os apaixonados, pois deles é o desejo mais ardente…



terça-feira, setembro 13, 2005

UMA LUZ DE ALEGRIA



O amanhã é um olhar doce
É um sorriso pacífico
É a voz da serenidade
Que chama por mim nas minhas fantasias
Já está longe o sorriso triste
O espelho de um coração melancólico
É a ternura da harmonia
Que me aconchega no seu calor

Nas minhas veias o sangue corre quente
Nos meus lábios está o sorriso da minha alegria
O meu olhar perde-se por entre um mar de estrelas
Está perdido mas sabe para onde vai
O meu olhar já não está fixo no nada
Já não ruma sem direcção
Segue a luz da serenidade
Que o chama com o seu esplendor

Dou-lhe a minha mão agora inocente
Vejo o seu olhar explodir em milhões de cores
Vejo o ardor forte de uma paixão a nascer
Sigo feliz o caminho incerto da tranquilidade
Já sei o caminho que vou seguir
Já sei o marco que me guia
Já respiro fundo o oxigénio da paixão
E sigo o caminho da paz e da serenidade


sexta-feira, setembro 09, 2005

APENAS UM DESEJO...


Não posso escapar à dor que o sol me causa
Encurralando-me entre as trevas
Onde toda a minha esperança se esvanece
Subjugado pelo medo tento ser forte

Por cada espinho cravado no meu coração
Sinto uma dor que me relembra a fé
E o som da tua voz guia-me na angústia
Acolhe-me no meu acordar

Abraça-me
Tal como te abraças à vida
Dando vida às nossas lágrimas
Unindo a nossa dor

Quero acordar com o sol no meu rosto
E o calor a invadir-me o ser
Como um caminho entre a escuridão
Em direcção ao teu calor

Talvez anseie atravessar os portões do paraíso
Usando esta paixão vinda das trevas
Como chave para fora do pesadelo
Entrada para aquilo a que chamam amor

Ama-me
Tal como amas o sol
Escoando o sangue
No meu coração negro

domingo, setembro 04, 2005

ATRÁS DA NOITE



Há muito que as minhas lágrimas secaram
Há muito que o medo é um anseio
Há muito que a dor é apenas algo
Há muito que o som da chuva me acompanha

Todas estas lágrimas vazias
Lavam a luz do dia

O frio da noite conforta-me o coração
Aconchega-me a alma
Faz-me sorrir enquanto provo as minhas lágrimas
Salgadas pelo prazer da melancolia

Todas estas lágrimas desabitadas
Lavam as mágoas do dia

Estou sozinho na escuridão da noite
Acarinhado pelas trevas temerosas
Apaixonado pela magia da lua
Que na noite revela o seu fascínio

Talvez um dia me revele
De entre os braços da escuridão
Talvez um dia saia de trás do espelho
E seja eu luz…

quarta-feira, agosto 31, 2005

O FIM



É a sorrir que oiço o som melancólico deste piano
É como um convite a lançar-me neste frio e negro abismo
Uma voz sem palavras que me impele para o fundo
Provo as lágrimas de sangue salgadas que caem no meu rosto
Abro as minhas asas impotentes ante este abismo
Chegou a altura de me lançar
Esqueço o medo, pois ele nunca existiu
Limito-me a sorrir perante o meu fim

Afinal
O fim é apenas o princípio



domingo, agosto 28, 2005

E SE...?



E se um dia eu dissesse adeus?
Abdicasse de ideais
E me entregasse aquilo que desprezo
Esquecesse a hipocrisia à minha volta
Neste mundo pútrido que me rodeia

Riscasse a palavra amor do meu dicionário
Deixasse para trás a inocência que me resta
Destruindo o mais ténue sorriso
E levantasse alto uma bandeira negra
Anunciando a beleza da morte

Seria algo belo
Todos os seres malditos deste mundo
Erguerem-se das trevas em que se escondem
Unidos num só e único exército
Feito de ódio e agonia

Rios de sangue inocente
Brotassem da terra infértil
Arrastando-se por entre as montanhas de cadáveres
Num fantástico hino de destruição
Dando lugar à pureza de um mundo aniquilado

E tu,
Nunca te apeteceu dizer Adeus?


domingo, agosto 21, 2005

ASAS QUE NÃO CONSEGUEM VOAR


Há demasiado tempo,
Que tenho segredos comigo
Há demasiado tempo,
Que existem coisas que devia ter falado
Num labirinto, anseio pela saída
Ambiciono por encontrar uma razão
Para encontrar o tempo, o lugar, a hora…

Anseio pelo sol de Inverno
No frio brilho de um dia de Verão
Os fantasmas construídos ao longo do tempo
Pressionam os meus sentimentos
Já não posso ficar mais afastado…

Tal como um bom actor
Represento emoções bem forjadas
Enquanto me esqueço do meu propósito
Ignoro as verdadeiras leis da vida
Sigo as leis da fascinação

Lanço-me com audácia para a realidade
Que se soltem os ventos
Que levem para longe os meus tormentos
Lavem as ilusões
E tragam sensações verdadeiras

Onde estou,
Tenho asas que não podem voar
Onde estou,
Tenho lágrimas que não consigo chorar
As minhas emoções estão congeladas
Não vou conseguir sentir
Até quer o gelo derreta

Já não tenho poder sobre isto
As defesas que construí
Querem desmoronar
A verdade começa a invadir-me
Já não quero me deixar dormir

Lentamente eu acordo
Lentamente me ergo
Abandono as emoções simuladas
Dou lugar a experiências verdadeiras
Sim, já não quero dormir

domingo, agosto 14, 2005

...ATRAVES DOS SONHOS


Vi a dama encantada que viaja através dos tempos e dos mundos, pelos sonhos dos homens.
Era serena. Vestia um vestido longo, branco como a paz, de seda imaculada. Sorria na sua busca perpétua, tentando acalmar a sua ânsia. Os seus olhos brilhavam, como um cristal a reflectir a luz. Usava no dedo anelar, um anel muito antigo, feito na própria noite dos tempos. Montava um fantástico unicórnio alado de pelo dourado, que a levava onde ela queria.
Ela era sonho e eu também.
Ela desmontou do seu belo animal. Veio até mim e sorriu. Eu acariciei-lhe o rosto e sorri também.

quarta-feira, agosto 10, 2005

SOCIEDADE VOMITAVEL



Abominável
Não consigo encontrar palavras
Que consigam descrever o horror
Vejo a hipocrisia a apoderar-se do mundo
Esta sociedade é o excremento de um ideal
Ocultada por uma mentira de valores
Nauseabundo
Sinto o cheiro pútrido do hálito dos falsos
Enquanto proferem palavras dissimuladas
Escondendo conteúdos hediondos
Sorriem de forma abafada e podre
Defecando o exemplo que dizem seguir

Intragável
Vejo a lama repugnante da pocilga da falsidade
Onde nadam os suínos gordos e satisfeitos
Vejo instituições edificadas com bosta
Arrasando sonhos edificados com apreço
Tornando estrume o que devia ser vida

Aberrante
Mentes distorcidas ditam leis limitadas
Viciam-se em inveja e cobiça
Recorrem ao básico para subjugar
Ardem no fogo desesperante do ciúme
Desabam sobre a força da ambição



quinta-feira, agosto 04, 2005

QUE SE CUMPRA A PROFECIA


Está no teu olhar
Está nos teus lábios
Está no teu toque sedutor
Esse pecado cativante
Que provo no teu beijo
E oiço nas tuas mentiras
Que sinto nos teus braços aconchegantes
Onde descanso o meu coração
Na ternura do teu abraço
Numa doce entrega

Seduzes-me assim
Estou certo que me vais presentear com toda a dor
Com todo o júbilo do teu ser
Deixas o meu coração abandonado à chuva
Mas beija-me e não te vou perguntar
O porquê de me banqueteares com toda esta dor


segunda-feira, agosto 01, 2005

REVELAÇÃO


Abre-se uma nova porta
Revelando um novo mundo
Abrem-se umas novas asas
Revelando um voo mais forte

Ergue-se a espada consagrada aos Deuses
Novamente ouvem-se cânticos de glória
A antiga história é apenas relembrada
Morrem os velhos sonhos
Nasce a nova realidade

Nasce um novo fogo
Revelando um Mundo Oculto
Cai uma nova noite
Em que a Lua é Deusa

Jorra o sangue puro da ilusão
Nasce um novo rio de agonia
Num sonho oculto agora revelado
Ergue-se o desejo ignorado
Numa gloriosa chuva de chamas

Brota da terra uma nova árvore da vida
Fazendo desmoronar a realidade
Ergue-se do oculto um antigo império
Forjado na sensualidade do sangue

Lágrimas salgadas trazem a felicidade
Eleva-se nos céus da noite
O som épico do voo da Fénix deslumbrante
Eis o que se esconde no conforto das trevas
Revelado aos olhos dos apáticos