sábado, agosto 30, 2008

SACERDOTISA DA LUA


Encanta-me com o teu canto calado. 
A tua pele suave como seda,
O teu olhar de cristal luminoso,
Teus lábios rubros como sangue.
Enfeitiça-me com a tua noite mágica.
Refresca-me em teu braços,
Serenos como aguas de um lago calmo,
Enquanto a tua paz me abstrai,
Para um mundo sem desordens.
Inebria-me em tua voz encantada,
Como uma sereia a um humilde marinheiro.
Deixa que o esquecimento me lave,
De tudo que em mim é impuro.
Inibe-me de desejos, ambições e cansaço.
Despe-me o peso da armadura,
Riscada por batalhas incontáveis.
Leva para longe a minha espada,
Para que não trespasse a carne da pureza.
Serena-me como só tu sabes.
Sob o contemplar resplandecente da tua mãe:
Lua;
Que me ilumina nas trevas;
Me encanta na noite intensa;
E te envia a mim…
Ninfa sem nome…
Que apazigua a minha alma…
Para que por entre fragmentos de tempo,
Me devolvas à inocência…

sábado, agosto 23, 2008

DUVIDANDO DE MIM MESMO



A dúvida habita a minha mente
Não sei o que escolher
Não sei o que querer
Se aquilo que quero hoje
Amanhã já estará esquecido
A dúvida é o meu vício
Mesmo que haja certeza
Gosto do momento da escolha
Ainda bem que assim é
Já que a vida é feita de escolhas
Boas ou más só o tempo o dirá
Mas tudo começa com a dúvida
Por isso deixo-me levar por ela
Seguindo as escolhas que me surgem
E as escolhas que crio
Não sei quem sou hoje
Ou se calhar até sei
Certo é que não sei quem serei amanhã
Apenas a certeza
De que dúvidas terei sempre
Mesmo que haja certezas
E escolhas terão de ser feitas








Guns N' Roses - You Could Be Mine

sábado, agosto 16, 2008

O COMBATE



Não te iludas
Isto é uma guerra.
Uma guerra diferente.
Porém, uma guerra.
Quando te olho com desejo,
Te aperto com ardor,
E beijo obsceno,
Como um lobo ao devorar a presa.
Não te deixes iludir,
Pelas sensações que te invadem.
Pelo calor que o teu corpo sente,
O arrepio que te percorre a espinha
E os suores que te alagam,
Tal como uma alma em êxtase.
É uma guerra,
Que não faz prisioneiros.
Quando te rasgo a roupa,
Provo o teu corpo exposto,
Te faço delirar com luxúria
E entro em ti como um demónio.
Eu sei que é uma guerra,
Quando me cravas as unhas nas costas,
Gritas ofegante em delírio
E te entregas ao combate,
Como um tigre assanhado.
Não te iludas.
Tudo isto é uma batalha.
Sem regras.
Quando nos possuímos,
Obscenos,
Loucos,
Pecaminosos,
Despidos.
Nos mordemos,
Arranhamos,
E saciamos o nosso corpo.
Não te iludas.
Pois nesta guerra,
Os sentimentos morrem.
É apenas a carne que manda.
A intuição que governa.
E o desejo que se sacia…







Dark Moor - The Chariot

sábado, agosto 02, 2008

NÃO ME CULPEM A MIM


O mundo tornou-me insensível
Pois insensível então sou
Não neguei a oferenda
O coração frio
O pensamento lógico
Calculista e maquiavélico
Não sou mau
Apenas o resultado do mundo
Não culpo ninguém
Por isso não me culpem também
Culpem o mundo
Por existir
Culpem os homens
Por alimentarem o ódio
Culpem quem vocês quiserem
Por aquilo que quiserem
Mas não me culpem a mim
Sou um monstro talvez
Um génio
Um louco
Um guerreiro
Um demónio
Sou o caos
Shiva
Destruidor criador
Sou aquilo que sou
Perdoem-me por isso
Ou então não (pouco me importa)
Temam-me
Odeiem-me ou amem-me
Não quero saber
Mas não me culpem a mim








Visions of Atlantis - The poem