sábado, janeiro 26, 2013

A VERDADEIRA RESPOSTA



Sonhos, chamam-lhes vocês. Mundos, chamo-lhes eu!
Trevas para alguns, vida para outros, conhecimento para mim!
Mistério inexplicado que me une ao transcendente para além da compreensão. Para além de mim próprio!
Quem sou eu afinal?
Humano… Essa resposta não me satisfaz (embora seja a única que tenha). Tem de haver algo mais. Tenho a certeza que existe algo mais!
As palavras dizem que sim. Os números dizem que sim. A música diz que sim. A beleza dá-me todas as certezas!
Então onde está a verdadeira resposta?
Perdoem-me por continuar a procurar. Se um dia encontrar o que procuro… Ou melhor: Se um dia compreender o que procuro. Dir-vos-ei! (Ou guardarei para mim, como um tesouro sem preço, na segurança desses devaneios a que vocês chamam sonhos…)

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sábado, janeiro 19, 2013

CONHECER



Tu dizes que me conheces. Gostava de saber como podes fazer essa afirmação? Pois eu digo que de mim, pouco ou nada sabes, excepto aquilo que vês. E isso é apenas uma imagem diante os teus olhos que arrasta atrás de si falsos pressupostos. Só isso, nada mais.
Para teres a autoridade de dizer que me conheces, tinhas de entrar no meu íntimo, nos meus sonhos, na minha mente e conheceres todos os seus segredos. E disso, nada sabes. 
Então porque dizes que me conheces? Com a mesma arrogância de quem diz que conhece todos os segredos do cosmos. Com a mesma ilusão de quem se acha dono da verdade absoluta. 
Quando me julgas estás-me a mostrar aquilo que és. Não te estou a julgar de volta, apenas a interpretar as tuas acções. De mim nada sabes. És pequeno, ignorante, néscio, incoerente, desinteressante e estúpido. É tudo isso que és quando me julgas a mim. 
Peço desculpa pela rudeza das minhas palavras. Peço desculpa se a verdade te dói. Mas não tentes preencher a tua vida vazia a avaliar a vida dos outros.

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sábado, janeiro 12, 2013

DEMASIADO SIMPLES



Invoquei uma tempestade tal como um Deus de outras eras. O céu enegreceu com nuvens arrasadoras. Ergui o braço, abri a mão, dei ordem a relâmpagos e trovões que rachassem a noite e abalassem estruturas. Chamei ventos de força devastadora e chuvas impiedosas! Domei energias violentas capazes de assustar qualquer coragem.
Deixei que o som da tormenta manifestasse o meu poder. Eu, que me tornara o dono da semente do caos. Destruidor implacável, insensível ao medo. Arquitecto de incontáveis martírios. 
Por entre os rugidos e uivos daquela intempérie sem sentido, procurei no meu íntimo um pouco de humanidade que me sobrava. Lembrei-me de quem era: mero humano. Submisso aos sentimentos, ao tempo que passa, à carne e ao mundo. Fiquei furioso. Uma raiva extrema entrou em mim fazendo-me soltar um grito irado, de tal maneira que a própria tempestade se afastou temerosa.
Um silêncio leve foi-se chegando, como uma criança curiosa e uma calmaria desceu sobre o mundo. Compreendi a minha missão. Era demasiado simples, portanto, impossível de reparar enquanto se desejam quimeras. Voltei então à minha essência sem o peso de desejos insanos. Pus de lado as tempestades. Cobri-me com a sabedoria fazendo dela minha aliada. E assim, com a Fé dos destemidos lancei-me no meu caminho. 

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sábado, janeiro 05, 2013

E OS OUTROS?



Às vezes acho que sou uma personagem. Alguém que a minha mente fantasiosa criou num dos seus devaneios. Como se fosse uma peça moldada para se ajustar ao puzzle que é o mundo para me poder encaixar nele. 
Se olhar em volta, poucos são aqueles que realmente são sinceros em relação a si mesmos. Máscaras chamam-lhe eles, para se tentarem adaptar e encontrar um lugar onde pertencem. Sinceramente não encontro grandes diferenças.
No meio de tudo isto estou eu, o verdadeiro, em busca de mim mesmo. Demanda solitária. Talvez por isso crie aquilo que sou, tentando ser simples num imenso e complexo reino de criatividade. 
E os outros quem são?
Faço essa pergunta de quando em quando seduzido por aquilo que habita no intimo de cada ser. As respostas são intermináveis, inconstantes e imprevisíveis. Sim. É isso! O meu lugar é questionar. Surge então a dúvida: Serei o único?

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