sábado, outubro 25, 2008

UM MUNDO NOVO



Hoje decidi escrever algo. Não tinha grande inspiração mas tinha vontade. E muitas vezes a vontade supera a inspiração. Foi então que reli muita coisa do que tinha escrito e a certa altura um pensamento invadiu a minha mente: “Mais do mesmo”. Ao fim de algum tempo as palavras pareciam-me repetidas, apesar dos temas mudarem, soava-me tudo de forma semelhante. Era como um círculo de assuntos que continuava a chegar ao mesmo início. Tristeza, paixão, fantasia, amor, ódio, raiva, melancolia, loucura, prazer, erotismo, desejo, rebeldia, filosofias, ideais… Sobre tanta coisa tinha escrito, mas acabava sempre por voltar ao mesmo. Tudo diferente, tudo igual. Tudo no mesmo mundo.
Mas afinal, este é o meu mundo. Sobre que mais havia eu de escrever?...
Fez-se silêncio na minha mente. O meu espírito não deu resposta a esta pergunta.

No entanto essa resposta existe. Não é uma opção, é um desejo: “Um mundo novo”…
Eu era o mesmo que havia escrito aquelas coisas, que agora me pareciam gastas, sem vida. Sim, eu era o mesmo. Mas algo havia mudado para que desejasse um mundo novo. Talvez a música no meu coração estivesse mais negra. Talvez… Mas a minha música nunca foi muito branca.
Agora é a parte em deveria dizer: “Se calhar a música no meu coração precisa de ficar mais branca”. Lamento desapontar, mas já provei dessa água e de contos de fada fartei-me rapidamente.
Escapa-me o pensamento não sei para onde…
Reparei que uso muito as reticências, porque atrás das reticências pode vir um infinito… (Bonita frase não é? Já a disse a alguém, mas não surtiu grande efeito!) Mas neste caso não vem infinito nenhum. Pelo menos para já! Por agora vem um vazio.
Que posso eu fazer, para alem deste desabafo? Esperar! Dar tempo ao tempo! Ficar calado.

Talvez não passe de um devaneio. Mais um. E amanhã tudo passe. Talvez chegue à conclusão de que afinal, quando voltar a ler isto, tinha inspiração, não vontade.








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sábado, outubro 18, 2008

SEM PRESSA



Luna…
Penso em ti…
Tento não pensar,
Mas é inevitável,
Que o meu pensamento vadio
Vá parar a ti…
Chamo o teu nome
Numa estranha telepatia,
Que me mostra o teu rosto,
Sorrindo por quase nada,
Escondendo o teu olhar tímido…
Tens o mundo pela frente.
E sem esconder o meu desejo
De ser teu companheiro de aventura,
Mesmo num devaneio qualquer,
Continuo esquecido
Por entre pensamentos vagabundos
Que me levam a ti.
Não sei porquê tu!?
Talvez a inocência…
Talvez a descoberta…
Talvez…
Não sei o quê!
Talvez sejam desejos secretos…
Todos os humanos os têm.
Suponho que eu não seja excepção!
Então que passe o tempo devagar.
Não tenho pressa de deixar este devaneio.
Pois com toda a certeza,
O tempo…
Sempre o tempo…
Faz-me esquecer de ti.

sábado, outubro 11, 2008

CALADO, QUIETO, PARADO


Decidi ficar calado.
Podia falar mas preferi ficar em silêncio
Deixei que os meus olhos falassem
Aquilo que a minha boca calou
Decidi também ficar quieto
Podia matar-te mas preferi ficar parado
Deixei que os meus olhos assassinassem
Aquilo que as minhas mãos não abateram
Decidi esperar
Podia agir mas preferi ficar à espera
Deixei que os meus olhos agissem
Por aquilo que o meu corpo esperou
Decidi olhar-te de frente
Podia odiar-te mas preferi olhar-te nos olhos
Deixei que estes mostrassem
O ser detestável que és…

sábado, outubro 04, 2008

DESEJO CUMPRIDO


Cheiras a morte...
Desejaste a vida
Mas a vida que desejaste
Está morta
Uma morte bruta
Nefasta, putrefacta
Fria, desgastante
E choras
Para aliviar a dor
Choras
Tal como antes
Com peso nas costas
E coração apertado
Choras
Porque o teu desejo se cumpriu...





Metallica - Until It Sleeps