sábado, dezembro 25, 2010

TALVEZ TUDO



Mergulhei bem fundo no meu próprio eu. Mergulhei tão fundo que achei ser impossível ir tão longe. Mas fui…

Quando parei, já não era penas eu. Estava uno com o Universo. Mergulhei em mim e sem querer descobri a passagem para o centro de tudo.

Ali, naquele lugar onde tudo era criação, foram-me mostrados todos os segredos da própria existência. Da vida, da ciência, de todas as coisas sobre as quais questionei e incontáveis mais, que nunca imaginei.

Todos os segredos estavam ali ao meu alcance, foi então que me apercebi que não os compreendia. Era apenas humano, demasiado limitado para tanta compreensão…

Esse foi o único segredo que compreendi, naquele mergulho em que me fundi com o Universo. Talvez fosse sonho, talvez fosse loucura, talvez fosse certeza…

sábado, dezembro 11, 2010

LEMBRANÇAS DE UMA NOITE DE VERÃO


- Em que pensas tu? – Perguntou ela, enquanto estavam deitados na relva, observando as estrelas, naquela noite quente de Verão.
- Em tudo e em nada… – Respondeu ele com o olhar perdido no céu.
- Como assim? Pareces distante… – Disse ela segurando a sua mão, com receio da sua resposta. Ele respondeu apertando a mão dela de volta, como se a tranquilizasse, mostrando-lhe que ainda estava ali.
- Viajo pelo infinito do universo. Entre estrelas e galáxias até à profundidade da própria criação. Vagueio pela nossa própria história ancestral, de tempos esquecidos, que escondem mistérios. Daí, parto rumo ao futuro e questiono-me, pois é imprevisível. Espreito também outros universos, realidades alternativas e até mesmo, talvez, outras vidas…
- Pessoas como tu são eternas insatisfeitas…
– Disse ela, compreendendo o que ele sentia.
- Porque dizes isso?
- A tua ânsia não tem limites. Queres sempre mais. Pessoas como tu inovam, criam, não têm medo de arriscar.
- Achas que não tenho um limite?
- Acho que não…
– Respondeu ela um pouco a medo.
- É por isso que às vezes te deixo sem saber o que dizer? – Perguntou ele.
- Sim. – Respondeu ela apertando novamente a mão dele.
- Estranho. Hoje soubeste exactamente o que dizer… – Disse ele.
Ficaram então silenciosos, como se aquela conversa continuasse sem palavras e ele, segurando-a pela mão, a levasse na sua viagem entre as estrelas, a ânsia e o sonho.