Sentimentos, aventuras, pensamentos, histórias, poemas, ideias e escrita caseira...
segunda-feira, abril 13, 2015
A invernia
Sobre mim pairam nuvens ameaçadoras carregadas pelo tom brilhante de um sol intenso. Visualizo um negrume tenebroso de céu azul puro. Torna-se o tempo cinzento pintado com cores vivas. Ouvem-se trovões furiosos que gritam o som pacífico do chilrear de pássaros alegres.
Logo começa uma chuvada invisível, violenta, húmida pelo calor do ar seco. O frio gélido entranha-se até aos ossos de tão quente que é. Sopra um vento forte feito da calmaria de uma tarde amena.
A invernia de um dia de Verão coroa a tristeza que me reina o ser. Enoja-me o sentir da minha humanidade no maior expoente do asco. Não há conforto que me agasalhe em dias de saudade em que o amor se ausenta. Cresce uma inquietude que me atormenta. Não é ódio, nem, solidão, nem qualquer tipo de fúria! Somente um desassossego que consome o espírito.
Nenhuma voz é amiga o suficiente, nenhum ombro me oferece qualquer tipo de conforto e nenhuma fé me promete serenidade. Somente a solidão, no sentido mais penoso da palavra me acompanha ao atravessar o ventre do abandono. Resta a apatia, que num acto de misericórdia, ou de castigo, me desumaniza…
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
O frio que gela até aos ossos.
Um desassossego causado pelo vazio da ausência :)
Enviar um comentário