Dá-me versos com sentimento.
Se te peço um poema, faço-o por vício de viajar em mundo alheio.
Uma visita guiada entre o extraordinário e o rotineiro.
Palavras pintadas como paisagens cantam beleza num horizonte cheio.
A sinestesia violenta dos sentidos ansiosos pelo paladar de um devaneio.
A poesia é o momento.
A rima nasce do instante onde o pensamento grita e o papel serve de parteiro.
Letras desenhadas pela anarquia metafísica com a cor inquieta do tinteiro.
Declaro-me mendigo a suplicar uma esmola em forma de verso verdadeiro.
Não negues esta oferta caridosa a quem tem fome de um universo inteiro.
Pois numa estrofe cabe o firmamento...
