Sou o Senhor da solidão
Nesta terra vazia
Cheia de gente perdida
Sem qualquer ambição
Tenho nojo da acomodação
Dos filhos da apatia
Na sociedade apodrecida
Não aceito a formatação
Cruzo-me com olhares sem paixão
Em cada rosto que se desvia
Da verdade tão temida
Preferem esconder-se na ilusão
Recuso esta resignação
Duma vida sem ousadia
Prefiro uma voz não ouvida
Às grades da submissão
Não aceito a rendição
Com asco da covardia
Desdenho da monotonia
Dá-me nojo o fedor a podridão
Sou a sombra na multidão
Desprezo pela hipocrisia
Declamo o grito da fúria
Faço-me o caos a exigir libertação