quinta-feira, novembro 14, 2024

Manifesto de desprezo


Sou o Senhor da solidão

Nesta terra vazia

Cheia de gente perdida

Sem qualquer ambição


Tenho nojo da acomodação

Dos filhos da apatia

Na sociedade apodrecida

Não aceito a formatação


Cruzo-me com olhares sem paixão

Em cada rosto que se desvia

Da verdade tão temida

Preferem esconder-se na ilusão


Recuso esta resignação

Duma vida sem ousadia

Prefiro uma voz não ouvida

Às grades da submissão


Não aceito a rendição

Com asco da covardia

Desdenho da monotonia

Dá-me nojo o fedor a podridão


Sou a sombra na multidão

Desprezo pela hipocrisia

Declamo o grito da fúria

Faço-me o caos a exigir libertação