quinta-feira, maio 25, 2017

Já foste à internet hoje?


Já viram a quantidade de frases feitas que pairam na internet?
Se conseguir ler metade delas, creio que fico com um doutoramento, ou dois, de filosofia para ter à mão. Posso até tornar-me mestre nessa arte. Tirar um curso na “universidade da vida”, como contam alguns perfis nas redes sociais.
Gosto de as ler. São como cartões que servem de instruções para viver. Faz isto, faz aquilo. Pensa assim, pensa assado. Eles são loucos, eles são invejosos. Podia fazer umas quantas teses, só com essas citações tiradas do intelecto iluminado de um génio qualquer, que viu os seus pensamentos serem partilhados a torto e a direito, sujeitos a qualquer interpretação.
Sempre que me atravesso com uma destas leituras rápidas, não deixo de me interrogar se aquilo é levado a sério, ou é apenas uma publicação cujo intuito passa apenas por ser bonito?
Deixo, como deve acontecer, o impulso de julgar os outros de lado, pois cada um tem o seu caminho e as suas escolhas. Quem sou eu para criticar?
Olho para mim e para a minha própria aprendizagem. Analiso os trechos que decido assimilar, e também distribuir com o mundo. Frases que sinto verdadeiramente que fazem parte de mim. Uma ou duas linhas de pura sabedoria que encerram em si todo um infinito de ideias, resumidas a uma simples partilha no ciberespaço.
Cheguei à conclusão que todos que o fazem dão um pouco de si. Seja muito ou pouco, trata-se de um ensinamento e tal como qualquer outro ensinamento, decidimos guardar, ou simplesmente esquecer…
Já viram a quantidade de vidas por acontecer que pairam na internet?

26 comentários:

Unknown disse...

Bom, já sabes que colecciono frases da net... Sou, assim, suspeita por dizer que gosto muito de as ler. Posso ficar horas a fazê-lo, por mais absurdo que pareça (por vezes, até a mim me parece ridículo).
Então, porque é que o faço? Explicaste-o muito bem. São lições de vida. Que contêm muitas verdades. Porque são pedaços de sentimentos alheios que, a dado momento, encaixam perfeitamente nos nossos próprios sentimentos. E sentimo-nos compreendidos. Por vezes, até, aliviados. Tantas vezes, acompanhados, neste percurso singular que é viver.

António Silva disse...

Completaste bem o pensamento. Continuo a achar que devias ter um blog :3

Unknown disse...

Oh és querido! E prezo o teu elogio, mas se tivesse um blog, concerteza teria muito menos tempo para comentar convenientemente o teu, por exemplo. ;)

António Silva disse...

Sim, já tinhas dito. Ainda assim és hábil com as palavras e um gajo tem de tentar. Curiosidade ;)

Unknown disse...

Mas tentar porquê? :) Não faltam pessoas com muito mais capacidade de escrita com blogs... Não acrescentaria nada de novo.
E porquê curiosidade?
(Eu sou terrível, não me dês espaço!... Considera-te avisado. Eheheh)

António Silva disse...

Não se trata de ter capacidade de escrita, Nem de obrigatoriedade em fazer publicações regulares, muito menos de ter visitas. A ideia não é acrescentar algo de novo mas sim ter um espaço pessoal. Repara que às vezes fico semanas sem escrever.
Curiosidade primeiro porque faz parte da natureza humana; Segundo porque mostras bons argumentos nos teus comentários. Logo tens um mundo para mostrar.
Tens a noção de que quando avisas para não dar espaço estás a fazer exatamente o contrário?

Unknown disse...

Sim, sei disso. Por aquilo que percebo, nos anos em que aqui ando como voyeur, há basicamente dois tipos de blogs: os supra-pessoais, que mantém registos circunscritos ao autor e ao seu mundo interior e os blogs populares, que estão sempre no top e alimentam as massas.
Provavelmente pensas que eu deveria ter um blog porque tenho a ousadia (para não lhe chamar descaramento) de falar de mim nos comentários às publicações de outros. Sou, efectivamente, um pouco show-off, mas não pretendo monopolizar o que não me pertence, de todo; vejo isso como a minha forma de contribuir pro-activamente. Quero dizer, ou se acrescenta algo ou, caso contrário, vale mais ficar quietinho.
Eu não sinto mesmo necessidade de ter um blog. :) Mas valeu, obrigada!

Claro que tenho essa noção! Eheheh! Mas faz parte do meu charme. Esqueces que sou mulher? ;)

António Silva disse...

Fujo de blogs populares como o diabo da cruz. Esses sim, não trazem nada de novo.
Não tenho argumentos contra a tua posição. Apesar de achar que a escrita caseira não tem a ver com show off. De facto, como dizes, já contribuis. Se não fosse a outra conversa, sabe-se lá quando ia publicar este texto...
A pergunta era retórica. Mas no dia em que as mulheres forem todas iguais, algo fica muito errado lol

Unknown disse...

Agora percebeste-me mal. :) Ou eu não me expliquei bem.
Não é a escrita caseira que é show off, sou eu que posso parecê-lo quando falo de mim nos comentários. ;) Porque escrita caseira faz parte de mim, desde muito jovem; simplesmente, reservo-a "for my eyes only".

Vês? É a isso que me refiro: contribuir. Quando acho que o bloguer me dá o retorno que a minha contribuição merece, claro. Que é o que acontece contigo.

Qual retórica! Estavas a picar-me... E não somos, felizmente, todas iguais, muito pelo contrário, mas há comportamentos quase universais! De gaja.

A propósito, aqui vai uma quote gira: "Always love a woman for her personality. They have like 10, so you can choose..."

António Silva disse...

Se desejas assim, não insisto. Ter feedback às vezes impulsiona a criatividade, ou motivação. Isso é bom. Se é nesse lugar que te revês, nada contra :)
Sim, tem de haver comportamento tipicamente femininos. Embora daí surjam incontáveis variações. Assim como nos homens.
Mulheres com 10 personalidades, cruz credo, mais simples sff. Variações de humor sem grandes extremos são suficientes!

Unknown disse...

É mesmo assim que me revejo: com total liberdade para espreitar os blogs que me interessam (portugueses, poucos) e comentar os que me dizem, de alguma forma, algo.
E, asseguro-te, satisfaz-me imensamente poder dar contributos válidos e, acima de tudo, perceber que motivam o destinatário, como dizes. ;)

Nós, mulheres, somos genericamente muito complicadas. Não vale a pena negar uma verdade insofismável. Por vezes, nem nós próprias percebemos porque somos assim... :P

António Silva disse...

Nada contra. Agradeço o contributo :)
Homens e mulheres são diferentes, física e psicologicamente. No entanto completam-se. Vemos isso na natureza e os humanos não são excepção. As hormonas femininas são mais 'malucas' o que explica muita coisa. Depois há o ego, comum aos dois géneros, daí advém os piores sentimentos, como o ciume. Mas isso é ciência, sem grande poesia, não gosto de entrar por aí...
Já agora, manda um tema para eu ir aos arquivos vasculhar.

Unknown disse...

Nada a agradecer! :)

É pá, se entrares no tema do universo feminino, nunca mais serás o mesmo... Tampouco se meteres os homens ao barulho!
Pessoalmente, não gosto de guerras de sexos; acho estúpido seguir a via popular do " as mulheres são mais isto e os homens mais aquilo", porque não se chega a conclusão nenhuma e desgasta deveras! Temos que assumir as diferenças e aceitar que somos incompletos, uns sem os outros. Como dizes.
Com alguma sapiência e criatividade há, porém, subtemas dentro deste tema complexo e imenso (mulheres e homens), bastante interessantes de explorar, opinar e detalhar. Queres pegar por aí? ;)
(Já que, à semelhança deste post, a ideia partiu das ramificações do anterior.)

António Silva disse...

O universo feminino é para explorar até certo ponto, o resto deve ser mistério...
Sim, as guerras dos sexos não faz sentido. Ambos completam-se e somos todos humanos.
Não estou a ver quais são os subtemas... Tens de ser mais especifica... Se tiver ao meu alcance pego por ai sim.

Unknown disse...

Parei um bom bocado para pensar e só me surgem assuntos relacionados com sexo... :P
Dou por mim a concluir que tenho que pesquisar para chegar a outros subtemas e isso fez com que me sentisse burrinha e limitada, o que acaba por ser hilariante! ;)

António Silva disse...

Sexo já por aqui anda e não prova nenhuma guerra, pelo contrário. Burrice e limitação humana também já abordei. Mas chegas lá lol, eu confio :)

Unknown disse...

Ei, isso é muita pressão para uma simples leitora!... :S Não me recordo de ter assinado um contrato de parceria. Ahahah!
Relembro-te umas coisinhas: "Não acrescento nada de novo"; sou show-off, mas com o intuito de contribuir; sou muito senhora da minha liberdade, logo, do meu nariz; senti-me, momentaneamente, "burrinha e limitada", o que não significa que o seja! :)))

Bom, entretanto, tenho uma questão para ti. Se me permites. ;) Que até podes converter em post. Um "assunto do coração", que duas amigas e eu discutíamos (não pela primeira vez) há 2 ou 3 semanas atrás e para o qual nunca tivemos respostas plausíveis (ah, e é algo tão comum que, qualquer uma das três já passou por episódios similares; e somos muito diferentes umas das outras).

Girl meets boy.
E é tudo muito bonito.
Ele é, desde o primeiro momento, um homem interessante e apaixonado! Por mais que sejamos cautelosas, torna-se difícil não embarcar naquela loucura contagiante: Encontros constantes, enxurradas de mensagens e telefonemas, surpresas fofinhas, sexo escaldante, com tudo a que uma mulher tem direito... Enfim, a mulher sente-se uma rainha, por mais que tente refrear a situação e conservar os pés bem assentes na terra, repito. Ele começa a falar, até, em relacionamentos sérios e comporta-se como um namorado.
Não mais que dois, três meses depois, subitamente, ele arrefece por completo. Começa a afastar-se, os contactos espaçam-se, a mulher deixa de ser o centro do seu universo. E, claro, ela fica de tal forma aturdida e confusa, que o questiona. O que aconteceu?!
É que ela nem "forçou a barra", como dizem os brasileiros, antes pelo contrário. Mas o que mudou??
Ele não consegue dar uma explicação satisfatória, penso que nem para ele próprio; simplesmente, foge. Deixando, para trás, um rasto de desilusão e amargura.

Diz-me, então: Porquê?

António Silva disse...

lol agora fizeste-me rir. Passo a citar: "Eu sou terrível, não me dês espaço!... Considera-te avisado. Eheheh" Eis o contrato :D
Quanto à questão, a resposta é simples. O mundo mudou, aconteceu em 3 meses o que antigamente acontecia numa vida. A paixão aquece e arrefece e há muito mais gente para conhecer no mundo. Acontece com homens e mulheres, já estive dos dois lados. Sinais dos tempos. Aceita-se e pronto. Tão simples quanto isso.
Mas isso é assunto sem poesia, deixo para os sociólogos. Não me cativa para publicação, sorry :(

Unknown disse...

Ahhhhhhh!... Shame on you!
Não vale deturpar as afirmações que são colocadas em outros contextos! Tenho que ter cuidado contigo... (~.^)

Não. Não é essa a resposta. Não pode ser, porque significaria que até as pessoas com bom carácter são uma desilusão, o que tornaria o Mundo um lugar impossível. Não, não é essa a resposta.

Queres poesia? ;)Literal. Hoje, não consigo mais que isto. E já é tanto!...
Dos preferidos.

"A Dream Within A Dream"

by Edgar Allan Poe
(published 1850)


Take this kiss upon the brow!
And, in parting from you now,
Thus much let me avow.
You are not wrong, who deem
That my days have been a dream;
Yet if hope has flown away
In a night, or in a day,
In a vision, or in none,
Is it therefore the less gone?
All that we see or seem
Is but a dream within a dream.

I stand amid the roar
Of a surf-tormented shore,
And I hold within my hand
Grains of the golden sand.
How few! yet how they creep
Through my fingers to the deep,
While I weep, while I weep!
O God! can I not grasp
Them with a tighter clasp?
O God! can I not save
One from the pitiless wave?
Is all that we see or seem
But a dream within a dream?

António Silva disse...

Meu blog, minhas regras :3
Não tem a ver com carácter, tem a ver com a mudança da sociedade. Estamos em 2017, tudo é rápido, uma pessoa boa pode amar intensamente durante um tempo e depois passar. "Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras pessoas. E outras coisas."
Para agnóstica tens bom gosto :)
Talvez publique uma poesia, tenho de procurar.

Unknown disse...

Oportunista... Agora já não te dá jeito o tal contrato. ;P

O meu mundo não é deste Mundo. Cada vez mais tenho a certeza. (Deixá-lo, gosto mais do meu mundo.)

Deve ser por isso que tenho bom gosto :) e leio escritos seculares. Poe, Lovecraft, London, são alguns dos que me acompanham. A poesia, na língua nativa. A prosa, em (bom) português.

António Silva disse...

A julgar pelos teus gostos literários, tens um lado muito esotérico. Manifestação de inquietude?
Talvez por isso não te encaixes no mundo...

Unknown disse...

Eu sou, de facto, uma estranha amálgama de gostos e sentimentos... Que resulta na sempre presente inquietude.
Creepy. Mas fascinante, a meu ver.

Chega de falar de mim, doravante! Prometo. (Era a isto que me referia quando te alertei para não me dares espaço. Percebes agora?) ;)

Unknown disse...

Não fosse eu uma digna representante de Carneiro, logo, teimosa até à medula óssea, e ficava-me por aqui.
Mas não desisto. ;p
E o tema homem-mulher andou aqui às voltas, até me surgirem as seguintes propostas, que considero muito interessantes a desenvolver, se assim te aprouver. E aqui vão elas:
- a atracção feminina pela "Dark Triad" masculina (narcisismo, Maquiavelismo e psicopatia);
- as relações online e como o feminismo facilitou a vida aos homens e prejudicou a felicidade feminina;
-o multitasking nas mulheres é uma vantagem ou, pelo contrário, torna-as demasiado complicadas.

Poderão, à primeira vista, parecer temas de publicações cor-de-rosa, mas eu acho que têm bastante substância, se forem bem trabalhados.
Aguardo o teu soberano parecer... :D

António Silva disse...

Em tua defesa, fui eu que perguntei ;)

Unknown disse...

Também é verdade.
(Tão cavalheiro!...)