Amo-te em preto e branco!
Num retrato dito “vintage” entre o tom escuro e o claro, em traços de cinzento. Como quem colheu a beleza hipnótica da melancolia a atrair no teu olhar, a combinar com a sensualidade da tua pele descolorada.
Desenhada como a lápis de carvão na tela da fotografia. No silêncio da falta de cor, confessas-me segredos infindáveis sobre tua feminilidade e chamas-me com a tua voz calada para contemplar o teu vazio.
Por vezes apaixono-me por momentos, ou imagens, que duram a eternidade de uns breves segundos e ficam gravados na mitologia do esquecimento. Não me contento com a insignificância de um mero “para sempre”. Desejo apenas a luxúria de incontáveis infinitos feitos de poesia e pensamento.
Sou feito de instantes. Pequenos nadas que desnudam a pele da realidade. Sonhos e sentimentos que me revelam a essência da intensidade humana. Como este, em que, as sombras da tua imagem me transportam para as rimas da tua verdade. Versos de desalento pintados a preto e branco numa fotografia silenciosa.