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sábado, outubro 29, 2016
Sem grandes motivos...
Existe ódio escondido dentro de mim. À espera. Sei que ele não se vê nem se acredita, mesmo assim ele está lá oculto. Vagueia dissimulado na ternura do meu olhar, na alegria do meu ser, no entusiasmo da minha voz... Está cravado, sem piedade, num canto qualquer da minha alma inexplorada.
Adormecido...
Quem sabe se um dia vai acordar? Talvez atiçado pelo medo, ou por uma qualquer crueldade da existência. Ou, quem sabe ainda, sem motivo algum.
Por vezes interrogo-me se essa fúria indomável não tem personalidade própria? Não precisa explicações para ser, nem de ciência para acontecer. Simplesmente é!
Engrandece-se sem justificação a meio de um poema que se propunha feliz. Surge imprevisível como a lâmina de uma navalha, perfeitamente afiada, a rasgar a carne. Nasce do nada a romper a noite num ataque violento à nossa certeza.
Quem odeia não precisa de grandes motivos. Apenas de um instinto selvagem a recusar toda a justiça, como se as regras impostas fossem veneno para todos que desejam mais. Talvez até sejam, porque debaixo da capa da vida que nos cobre está uma história proibida de desejos malditos...
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1 comentário:
O ódio e o amor não precisam de motivos para ser.
Todos temos a capacidade de sentir o melhor é o pior de nos.
:)
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