segunda-feira, outubro 05, 2015

Ainda bem que hoje me sinto sol


Hoje o dia nublou-me de cinzento
O acordar quer-me fazer dormir
Urge entorpecer todo meu sentir
Entre o assobio do vento violento

Oprimido pelo cansaço do momento
Obrigo-me a acreditar que sou real
Em mim nada encontro de especial
Até a poesia rumou ao esquecimento

A chuva dá melodia ao desalento
Nela não procuro qualquer conselho
Encara-me muda a figura no espelho
Pois o seu silêncio grita sofrimento

Calado fica o meu triste lamento
Ainda bem que hoje me sinto sol
Encontro em mim mesmo um farol
Por entre este sem rumo sonolento

Aos poucos cresce em mim alento
Porque a tormenta está lá fora
Longe da minha alma sonhadora
E o temporal vai serenar entretanto…

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