terça-feira, setembro 01, 2015

Nota de ausência


Lembras-te de como éramos felizes nos pequenos momentos? Parecíamos crianças prontas a descobrir com fascínio coisas novas todos os dias. Esse tempo parece tão longínquo e tão presente em simultâneo. Transformou-se em saudades e eu não sou fadista para as cantar...
O que aconteceu afinal? Entregaste-te ao mundo e às suas regras austeras. Trocaste as coisas simples pela azáfama das coisas grandes. Aos poucos foste esquecendo que o importante é ser feliz e partiste para as terras distantes dos teus afazeres.
Vejo o teu corpo mas não estás ali. Falo para ti e quem me responde é o atendedor automático do teu ser perdido numa mundanice qualquer que te absorve a atenção. Onde estás? Longe. Demasiado longe para chegar até ti, por isso fico cá.
Sei que «és tudo o que eu quero», tudo que preciso para ser feliz. Aliás, somos tudo que precisamos para sermos felizes! Longe do mundo, aqui, do lado de cá do sonho.
«Volta para mim», suplico-te como quem implora pela vida. Respondes apenas que já vens. Um regresso continuadamente adiado, como se a espera não importasse. Esqueces que o tempo não perdoa e não demora para que seja tarde demais. Fica a recordação e essa não importa quando se parte à aventura.
Entretanto vou perdendo a esperança que regresses. Escuto o chamamento do mundo na sua diversidade e sinto desejo de partir para as terras distantes de novas façanhas. E a vida vai acontecendo com as suas voltas e reviravoltas contando pequenas histórias…

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