Ai de mim, coitado,
Que nasci em corpo de gente,
Sem saber ao que estava fadado.
Depois do meu destino traçado,
Lançaram-me em frente,
Ao encontro do futuro guardado.
Indiferente a qualquer cuidado,
Firme como um crente,
Segui entusiasmado.
Julguei não poder ser travado.
Era tão inocente,
Quando descobri estar enganado.
A verdade tornou-me atormentado.
Tudo ficou diferente.
Fui maltratado.
Por ter fantasia, fui intimidado.
Conheci a maldade oprimente.
O terror de ser injuriado.
Regras a fazer-me acobardado.
Derrotaram-me assim, impunemente.
Fiquei acomodado.
Esquecido em algum lado.
Deixei-me esvanecer lentamente.
Mas alguém contou-me algo vedado.
Falou de rebeldia e ser ousado.
Escutei atentamente.
Ensinou-me a ser malmandado.
A voz não disse nada errado.
Ouvi rebeldemente.
Tornei-me despertado.
Sem medo de ser arriscado.
Revelei-me ousadamente.
Estava danado,
Contra quem era incontestado,
Desobedeci violentamente.
Já não estava domado,
Muito menos acorrentado.
Contra quem me queria desistente,
Enfrentei o mundo inconformado,
Com a raiva do meu lado,
Combati ferozmente.
Já não estava derrotado.
Mas o mundo é gigante.
Uma luta constante.
Há sempre um caminho errado.
Dei por mim errante.
Numa busca desgastante,
Por um local encantado.
Segui por diante.
Perdido e distante,
Pelo meu rumo desnorteado.
Com pouco de contente,
Sigo a minha história inquietante.
Talvez um dia me sinta afortunado.
Ai de mim que nasci gente...
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