sábado, dezembro 30, 2017

A génese de todos os porquês


Por vezes fico imensamente feliz por existir em mim uma profunda ignorância e inocência face aos mistérios do Universo. Não me deixo de maravilhar com cada descoberta feita na minha mente, nem pelas portas que são abertas à minha compreensão.
Encanta-me a pequenez infantil com que meço a sabedoria que há em mim. Ser como uma criança a descobrir o mundo nas suas brincadeiras na escola da imaginação. Se a vida é tão extraordinária porque me vou contentar apenas com o crescer?
Existe uma liberdade profunda quando digo: “quero descobrir tudo que se esconde dos meus sentidos primários e do meu saber ingénuo”. Não me basta saber de onde estou, dos outros, e das coisas. Há que conhecer a própria génese de todos os porquês!
Hoje rimo uma oração de louvor a todos os segredos que há por encontrar. Voar em cores. Desenhar aventuras. Ser herói numa canção ao percorrer a vastidão do mundo. Sou único, mas não sozinho. Como tudo, moldado na semente do germinar da criação.
Eu próprio um enigma para o meu desvendar. Todas as viagens que cruzei trazem-me ao destino de mim mesmo, fazendo-me também ponto de partida para novos caminhos a percorrer. Ainda há tantos tesouros a encontrar para lá do horizonte. São como um convite!
Por isso vou. Nos meus próprios passos, na boleia da companhia, ou simplesmente impelido pela brisa que enche as velas içadas pela minha curiosidade. Tudo o que desejo encontrar está espalhado pelos recantos da existência, nas veredas do desconhecido.

1 comentário:

Unknown disse...

Agrada-me sobremaneira quando te despes do ser adulto e revelas, sem subtilezas inúteis e falsos pudores, a eterna criança que coabita em ti. Quando trocas a melancolia e a profundidade que te caracterizam pela curiosidade, pela alegria, pela pureza, pela ânsia de viver, sentir, descobrir!...
É um bom prenúncio para o Novo Ano. Que te seja prenhe de realizações de sonhos e desejos. :)