Em certa altura da minha vida, farto das imposições culturais que me pregavam e na esperança de um novo caminho espiritual, devotei-me a Morpheu. A ele, honrava-o sempre, com toda a glória da minha imaginação. Este, nunca me falhou, e certificava-se de que os meus sonhos eram combustível para a minha fantasia.
Assim aconteceu durante algum tempo. Foi-me alimentando de conhecimento enquanto crescia e entendia quem eu era. Até que, ele me achou merecedor de conhecer o seu segredo. (Ou o segredo de todos os deuses. Já que todos, seja qual for o nome que lhes dêem, as artes, as leis ou a pregação, são o mesmo Deus, manifestado de forma diferente conforme limitação da experiência humana. Talvez quereis entender isto como um segredo também.)
Nesse despertar, sussurrou-me o seu verdadeiro nome: Universo!
Foi então que todas as questões, aquelas que eu achava que me tinham sido respondidas, se tornaram em ignorância. Tudo que eu julgava conhecer transformou-se em muito pouco.
O infinito fez-se então o meu novo guia. Sempre com a certeza de que também eu, na minha ínfima existência, faço parte da criação e da sua essência. Uno com ele. Já que, na minha pequenez, sou parte integrante da sua imensidão. Irmão da carne, da terra, das estrelas, do tempo, da ciência, do desconhecido e da vida.
Nasci no momento em que tudo era nada para me tornar tão vasto como o cosmos, e ele, tão diminuto quanto eu. Sou filho da noite dos tempos. Este é o mistério da gnose, do qual eu comungo com o seu verdadeiro nome. Com o segredo da existência: o Universo!
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