Estou convicto de que em alguma língua do mundo a palavra ‘frio’ rima com ‘dor’. Maldigo o inverno mais profundo e toda a tristeza que traz com ele. O ar gelado e as cores cinzentas do desaconchego sempre à espera de sussurrar ao nosso ouvido o peso do descontentamento.
Ai de nós que fomos embalados no desabrochar da primavera e amamos no conforto do calor. Onde está nossa alegria?
A natureza tem os seus ciclos para que tudo se renove. Temos de a respeitar pela sua autoridade como nossa Mãe. Talvez por isso, com a sua mão carinhosa, nos faça enfrentar o desalento, certificando-se que sabemos louvar, como é devido, o sol e o amor.
Hoje a carne dói. O gelo entranha-se debaixo da pele e procura, decidido, um caminho para a alma. Não o deixo. O dia pode estar mais fraco mas não tarda a crescer. Aqui e ali vão surgindo sentimentos de ódio assinados com o meu nome. É a natureza humana. Não a nego.
Conheço a minha força. Aceito as minhas falhas, que vou tentando fintar. Creio que compreendo estas fases que por nós passam. São a nossa história, a nossa escola, os capítulos da nossa existência.
Sei quem sou, na certeza que sou feito de estrelas e palavras quentes. Galáxias de fantasia e um infinito de magia. Não me vou vergar ao medo, nem servir uma fúria parida por uma noite de invernia!
3 comentários:
...e te vergasses era o pior que te poderias fazer a ti mesmo!
Também podemos aprender muito com o Inverno!
abraço
Gosto do frio e acredito que há luz no cinzento do inverno...
:)
O ser Humano é um verdadeiro infinito !
Resto de bom dia :)
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