quarta-feira, julho 01, 2015

O pecado


Acima de tudo, importa constatar que por trás das minhas palavras sou um gajo normal, com hábitos normais, preocupações normais, desejos normais… Há em mim uma banalidade quase incomodativa que me torna completamente desinteressante.
Não existe em mim nada de extraordinário nem de heróico. Nada de verdadeiramente fascinante que justifique a minha fantasia. Sou somente um recluso numa prisão feita de coisas mundanas.
É quase criminoso o acto de demonstrar as minhas ideias, filosofias e pequenos contos, através destes textos, que não são nada mais do que parágrafos que parecem bonitos. Bem sei que é para isso que inventaram a escrita. Para escapar à realidade. Pelo menos na minha opinião.
Não tenho a menor dúvida que haja quem discorde comigo. Sinceramente não quero saber. Se existe esta forma de escape então vou usá-la para proveito próprio. É justo que passeie pelas letras a minha imaginação.
Quanto à realidade, peço desculpa pela minha inquietude. O simples acto de existir não me satisfaz. Para isso tenho de pagar o preço do desassossego, tentando redimir-me deste meu pecado de sonhar…

3 comentários:

Anónimo disse...

Qual a tua definição de normal?

Anónimo disse...

Muito muito muito fixe este teu 'textinho'...
Obrigada,António*

António Silva disse...

Simples desabafo Til, mesmo assim agradeço :)
Normal = Precisar de férias...