segunda-feira, julho 20, 2015

O pássaro


Existe qualquer coisa de mágico no acordar, depois de uma noite descansada, somente ao som do chilrear de um pássaro. Eu sei que esta imagem poética pode parecer um cliché, mas de facto é verdade e talvez por isso seja apelidada como algo trivial. Pouco importa. Embora não seja nada de extraordinário é algo que me deixa sereno.
O despertar inicial, ainda sem memórias a assombrar a mente, banhado com um silêncio tranquilo apenas interrompido pela sinfonia matinal de um pássaro, que alheio às lutas humanas trata da sua própria senda, cantarolando na sua língua da natureza. Para ele em nada importa que exista um ser dito racional a contemplar a sua canção de forma quase hipnótica. Simplesmente continua na sua simplicidade e isso agrada-me.
Tão simples, tão sossegado, tão fresco. Assim é este momento contemplativo. Tento tardar ao máximo que o mundo regresse à minha consciência. Esse tem tempo. É inevitável que volte. Isso eu sei. Porém, até lá, que fique calado. É somente este instante que importa, em que o meu “eu” mundano está sonolento e esquecido, para dar lugar à serenidade, que afinal pode existir num simples acordar ao som do chilrear de um pássaro.

2 comentários:

Imprópriaparaconsumo disse...

Gosto de acordar com os pássaros. Gosto de os ouvir a dar os bons dias a quem sai do mundo dos sonhos.
:)

Maria Eu disse...

Também amo os pássaros... :)