Sentimentos, aventuras, pensamentos, histórias, poemas, ideias e escrita caseira...
quinta-feira, junho 25, 2015
O apego
Abençoada alienação, esta que eu sinto. Chegou despercebida e tomou conta de mim como um cansaço que se vai acumulando ao longo de uma jornada dura.
Bem-dito desinteresse este, que faz com que não me importe com aqueles me rodeiam. Seja quem for, no trabalho, na rua, na boémia, nos caminhos da vida, nas coincidências da existência.
Surgiu carinhosa, como um toque maternal que me afasta de qualquer apego e de qualquer mágoa. Uma mão quente que afaga e protege o seu filho dos perigos que o rodeiam.
Sinto-me bem nesta solidão feita de companhia. Sou como um eremita que vive isolado do resto do mundo no meio da multidão, feliz por ser invisível e não precisar de responder por sensações humanas.
Como tudo isto é deliciosamente estranho. Ser, sem sentir a falta da paixão. Observar sem ter vontade de participar. Estar ali sem estar. Deixar o desejo para quem o que quiser ter. Pobre seja quem não tem o dom da apatia.
No meio disto tudo, creio que minto quando digo que não sinto desejo. Gostava de ser como a canalha entusiasmada em brincadeiras épicas de tão pequenas que são. Enaltecendo somente a imaginação ainda livre do fardo do conhecimento. No entanto, agora, temo que isso seja impossível, pois já fui corrompido por ideais, regras, lógicas e vontades próprias.
Haja, ainda assim, entretenimento banal para servir de distracção nas horas sem vontade.
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2 comentários:
A vida precisa de adrenalina e de sentires. Não consigo imaginar as horas vazias cheias de apatia e de indiferença...
:)
Ainda assim acontecem face à banalidade...
Talvez seja uma fase ;)
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