segunda-feira, junho 15, 2015

Enquanto a noite cai (texto reescrito)


Aqui neste mausoléu, repouso o meu corpo frio, enquanto a noite cai, maternal, acarinhando-me com ternura.
A solidão e o sangue dos vivos já não me satisfazem. Parece que o mundo lá fora está vazio de esperança. As pessoas têm corações quentes mas sonhos ocos e apáticos. Estão vivos, embora mortos na sua falta de iniciativa pelo marasmo em que existem. Ainda assim vão-me arrastando com eles, para a luz do dia despojado de emoções.
Recordo tempos românticos neste sangue que bebo. Sonho com um futuro radiante tal como uma utopia por nascer. Porque afinal eu ainda sei sonhar, mesmo que me tentem roubar a fantasia ou calar a poesia.
Mas por enquanto repouso o meu corpo frio neste mausoléu esquecido no tempo e tento encontrar esperança neste sangue vazio que bebo…


Nota:
O texto original foi publicado em 09-12-2006. Gosto particularmente dele, por isso fiquei triste quando o vi copiado e publicado em vários blogs sem referência ao autor. Aconteceu com alguns outros, embora não me importe muito com esses. A net é propícia a estas coisas não existe nada que possa fazer. Fica, ainda assim, o reparo.
Hoje, ao relê-lo decidi reescrevê-lo, Talvez por nostalgia, talvez por melancolia. 

1 comentário:

Imprópriaparaconsumo disse...

Um caos pesado, palavras vazias de luz mas fortes no sentir :)