Depois de um começo inesperado e grandioso, em que o público ficou abismado com tamanha entrada imponente. Assombrados pela ousadia da primeira cena em que, vinda do nada, a acção começou rápida, empolgante e surpreendente.
E foi correndo o enredo, entretendo o passar do tempo. Com fantasia, impulsos de energia a emanar dos intervenientes, entre lutas, dramas e paixões. Agarraram aquela história épica com força, como parte da própria vida e entregaram-se sem medo.
Foi sempre a crescer até à apoteose final. A plateia levantou-se em uníssono rendida à encenação. Emocionados ecoaram um ensurdecedor coro de aplausos perante a magnificência do momento.
E assim terminou.
A cortina voltou a abrir e os actores regressaram ao palco, para com uma vénia ouvirem mais uma vez as palmas a aclama-los num último momento de apreço. Depois retiraram-se para os camarins. Era a altura de descansarem, gozarem o sucesso, celebrarem, para em breve voltarem a abraçar um novo argumento.
Quanto ao público; uns saíram de imediato já com a mente fora do teatro de regresso às suas vidas; outros foram-se retirando devagar enquanto comentavam a qualidade do espectáculo e os seus maravilhosos pormenores; alguns ainda ficaram sentados a encarar o palco, onde a cortina fechada anunciava a falta de intervenientes. No entanto, aqueles espectadores, mantinham-se no seu lugar, talvez com uma ínfima esperança de que as personagens voltassem para dar continuidade àquela peça de teatro que os transportou, durante algum tempo, para longe da rotina, ainda que no papel de observadores. Eventualmente, também estes vieram embora. Tinha de ser. Nada mais existia ali para eles.
Passado tudo isto, restou a memória, para quem queira lembrar.
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