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sábado, janeiro 12, 2019
Intempéries do sentir humano
Peço desculpa, mas hoje apetece-me amar.
Existe um excesso de ódio e repreensões, onde devia ser apenas a natureza a florescer. Arranham-me as vozes ásperas do julgar. Perde-se o sentido da razão, nos actos vazios de quem não sabe mais do que limites.
Inventam afazeres, veneram expectativas sem vontade própria. Cobrem a vontade de ruído e cansaço. Tenho de acordar. Nada em mim é assim básico. Assusta-me até o expoente do pavor absoluto, ser um igual aos demais em horizontes e sabedoria.
Há momentos em que todo o resto é efémero, apenas o amor se eleva como eterno. Por isso, não exijo mais do que um corpo para acariciar, uma boca para provar e uma outra alma onde viajar.
Só desejo que o tempo fique imóvel, enquanto a inocência regressa na sua juventude perpétua. Antes que a pele perca o tom imaculado e a vida nos relembre a mágoa.
Urge calar a dor. Esmagar a solidão com o peso desta minha rebeldia. Devo afirmar que não sou escravo de imposições ou entretenimento dormente. Existir sem tocar em sentimentos quentes não me satisfaz. Quero um pouco mais!
Este sou eu. Despido e sincero. Exposto às intempéries do sentir humano. Como um tolo irresponsável a bradar sem medo que todo o meu desejo é unicamente amar!
Esta é a minha pequena oração ao Universo, com todo o seu mistério. Sem o nome de Deus, ordem ou ciência. Só a religião imperfeita de quem está cansado da ausência do sonhar.
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