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quinta-feira, fevereiro 18, 2016
Nós os básicos
As prioridades que existem na vida, se forem mal escolhidas, podem fazer com que as pessoas se apaguem aos olhos dos outros. E acontece assim tantas vezes… Em troca de um ideal errado, um emprego que aprisiona, obrigações fruto de chantagens emocionais por gente egoísta e outras tantas situações insensíveis, vai-se perdendo o tempo e a alegria.
Esvai-se a energia, a juventude, os sonhos e a própria felicidade para um esgoto de desculpas. Adia-se para um eterno amanhã aquilo que se deve viver hoje. Pega-se numa borracha qualquer e vai-se apagando a personalidade até que a existência se transforme num fantasma vivente.
O querer que não vai além da rotina. De casa para o trabalho onde as horas se esgotam, de regresso ao lar e à dormência da televisão e dos pequenos luxos que nos aguardam. Um pouco de esplanada para enganar o vazio. Uma conversa banal, com um dito amigo banal, porque na realidade tudo é banal, mantêm a ilusão de que afinal as coisas até são empolgantes. Mas é tudo mentira.
Espera-se o fim-de-semana para nos dar um pouco de liberdade, embora esta esteja limitada por tudo que nos adormece. Aguardam-se as férias como se fossem um prémio por bom comportamento. Um pequeno momento onde se pode atravessar a linha do horizonte com as poupanças da própria venda do melhor que há em nós. Sempre cientes que o mais importante é voltar a tempo e horas.
Cães bem-mandados. Criancinhas bem comportadas. Carneirinhos obedientes! Seja qual for a denominação que seja num profundo sentido pejorativo, pois em nós já não existe ânsia real por aventura! Fomos formatados, moldados e amestrados para nos encaixarmos na máquina a que chamamos sociedade. Essa é a mais profunda verdade!
Amamos o pré-concebido. Queremos o que toda a gente quer (mesmo que nos seja vendido com único). Veneramos o cárcere como se nos acolhesse, quando este nos excluiu sempre que necessário de forma fácil e impessoal. Não há compaixão aqui! Somos facilmente substituídos porque todos fazemos o mesmo.
Queixar-me não faz qualquer diferença. Toda a gente o faz em algum momento.
Fugir? É preciso coragem e mente aberta para seguir outro destino.
Mesmo assim, porque não colocamos em primeiro lugar aqueles e aquilo que nos faz bem?...
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2 comentários:
Mesmo colocando os outros e o que nos faz bem em primeiro lugar, não significa que não tenhamos que percorrer caminhos de trevas.
Fugir não é solução e não tem nada que ver com mente aberta. Procurar alternativas, quando as há, já pode ser.
Jogar na indiferença, não dos outros, mas perante o que não podemos mudar, também pode ajudar.
Isabel, colocar os outros e o que nos faz bem em primeiro lugar rouba-nos alegria.
Fugir pode ser solução dependendo para onde se foge. Tem a ver com mente aberta na medida que implica no mínimo desejo de liberdade.
Encara o texto como uma pequena revolta.
“Senhor, dai-me força para mudar o que pode ser mudado... Resignação para aceitar o que não pode ser mudado... E sabedoria para distinguir uma coisa da outra.”
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