E se, em vez de ser uma ilusão, o mundo fosse um imenso bordel?
Quem serias tu, uma puta ou um cliente?
Quem sabe aquela senhora mais velha, responsável, que zela pelo bem-estar das suas meninas?
Ou então um segurança, de físico matulão, que se certifica que tudo corre sem incidentes?
A mulher da limpeza que lava literalmente a merda, assim como outros fluidos, que os outros fazem, depois de praticarem as suas depravações? Afinal, dentro daquelas paredes, ninguém julga ninguém e tudo é permitido. Para isso serve aquele lugar.
O homem habilidoso, que serve de “faz tudo”, sempre pronto a consertar qualquer pequeno problema que surja?
Também podias ser o contabilista, responsável pela caixa e pelas notas que entram, sempre atento a qualquer aldrabice?
Do lado de fora podias ser aquele fanático religioso que, fiel aos bons costumes, grita palavras de ordem relacionadas com a moral e ostenta um cartaz onde se lê: “Isto é um antro de perdição e indecência!”, para os carros que entram e saem indiferentes àquela figura.
Podes ser ainda a criança que passa do outro lado da rua indo para a escola durante o dia. Na sua inocência não faz a mais pequena ideia do que se passa naquele enorme casarão durante a noite.
Também podes ser a mãe desse miúdo que, perfeitamente ciente do que ali acontece, prefere ignorar e seguir o seu caminho olhando em frente, já que não é nada com ela.
Enfim, são devaneios… Deixa que a Terra continue a girar alheia a estas analogias, afinal de contas, amanhã será outro dia e muito pouco, ou nada, terá mudado…
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