quarta-feira, maio 06, 2015

O fado


Existem saudades
Que já o são antes de o ser
Paridas gritadas com sofrer

Rasgando ventres
Vêm em nossa alma nascer
Crescem como fogo a arder

Crianças carentes
Que descalças vão a correr
Mendigar o pão para comer

Escrevem estrofes
Poemas loucos para antever
Amores ainda por acontecer

Rimas inquietantes 
Nas folhas brancas do viver
Com a caneta do enfurecer

Emoções ausentes
Nos caminhos por percorrer
Parado o tempo sem correr

Marcas presentes
Raivas inquietas fazem doer
A ânsia do nosso adormecer

Apenas saudades
Entranhadas no nosso viver
Cantando fado no nosso ser

2 comentários:

Imprópriaparaconsumo disse...

E existem a saudade daquilo que nunca se teve
:)

António Silva disse...

Isso mesmo imprópria :)