sexta-feira, junho 13, 2014

Onde moram os poetas


No mundo poético eu sou fumador, aqui não existem doenças que apodrecem os pulmões e entopem o coração. E se existirem são belas, ou melancólicas, tanto faz. Tudo é poesia! Nas suas palavras apenas existe encanto…
No mundo poético eu puxo o fumo do cigarro, travo e durante segundos infinitos deixo o meu pensamento vadio, algures… Finalmente, ao expelir, modelo formas de beleza abstracta, tal como um escultor de desejos…
No mundo poético eu sou um rei, um boémio, um pecador, (quiçá um santo redimido),um obsceno! Ou simplesmente ninguém, quem sabe? Talvez seja apenas eu a dizer tolices, ou talvez a inquietação que habita em mim…
No mundo poético eu sou criador de universos. Aqui não há limites para o que se possa criar. O único limite é ultrapassar os limites! Aqui, eu sou rival de todas as divindades da criação, ou pelo menos tenho essa ilusão. Ou tudo é ilusão! Quem sabe?
No mundo poético eu sou um vampiro que chupa o sangue de virgens inocentes. Em imagens românticas procuro o amor verdadeiro, atrás de esquinas sombrias entre palavras ousadas e reticencias caladas de sentimentos Inefáveis…
No mundo poético perco-me a escrevinhar fantasias inebriadas. Minhas, dos outros, ou de ninguém. Sigo sem ter um sentido. Vou enganado por achar que estou no controlo quando, na realidade, sou apenas um instrumento de uma consciência maior. A poesia é que manda…

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