sábado, janeiro 19, 2013

CONHECER



Tu dizes que me conheces. Gostava de saber como podes fazer essa afirmação? Pois eu digo que de mim, pouco ou nada sabes, excepto aquilo que vês. E isso é apenas uma imagem diante os teus olhos que arrasta atrás de si falsos pressupostos. Só isso, nada mais.
Para teres a autoridade de dizer que me conheces, tinhas de entrar no meu íntimo, nos meus sonhos, na minha mente e conheceres todos os seus segredos. E disso, nada sabes. 
Então porque dizes que me conheces? Com a mesma arrogância de quem diz que conhece todos os segredos do cosmos. Com a mesma ilusão de quem se acha dono da verdade absoluta. 
Quando me julgas estás-me a mostrar aquilo que és. Não te estou a julgar de volta, apenas a interpretar as tuas acções. De mim nada sabes. És pequeno, ignorante, néscio, incoerente, desinteressante e estúpido. É tudo isso que és quando me julgas a mim. 
Peço desculpa pela rudeza das minhas palavras. Peço desculpa se a verdade te dói. Mas não tentes preencher a tua vida vazia a avaliar a vida dos outros.

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