Tu, que és filho de ‘Fulano Tal’,
Meu amigo,
faz bom proveito disso.
Sobe lá para cima do teu pedestal.
Olha para baixo, sempre com desprezo.
Vê os pequeninos a batalhar, no imundo patamar, onde deambulam os inferiores.
Se te der volta à barriga, procura uma latrina.
Não te inibas de cagar, sobre a cabeça dos menores.
Pelo assento aberto, acomoda o teu cu elitista, e manda os intestinos defecar, em cima de quem olha para o ar.
Borra aqueles que se conformam, somente em te invejar.
Olha para eles, pintados de castanho, com a tinta mole das tuas fezes.
Ri-te, grita alto para te ouvirem gargalhar.
Encara isso como uma esmola:
Poderem sentir o teu fedor, na mesma mesa que os alimenta.
Se alguém te vier incomodar, por causa do mau cheiro, dá-lhe um bocado de perfume, para aliviar o queixume e parar de te chatear.
Depois,
não te esqueças de discursar, a respeito da tua bondade, grandiosa generosidade, sempre disposta a ajudar, quem não te pode alcançar.
Contudo,
Devo avisar-te:
Não te aproximes muito da berma!
Escorregar é fácil e cair também.
Eles podem apanhar-te, todos juntos assimilar-te.
Então,
Não vale a pena gritares, por ajuda lá em cima.
Ela não vem.
Uma vez no andar de baixo, já não és conhecido de ninguém.
Toma ainda cuidado com outra coisa:
Alguns deles acordam.
Sim.
Isso mesmo, abrem os olhos e como se não bastasse a ousadia, ainda conseguem aprender a voar.
Quando deres conta, podem-te estar a sobrevoar, mesmo se estiveres no andar de cima.
Olha que voam bem alto!
Mais do que podes imaginar!
Alguns com vontade de vingar, o martírio que os fizeste passar.
Os céus pertencem a eles.
Aos ousados,
Injustiçados,
os quais alcançaram os ares.
De voar, nada sabes.
Já nasceste no topo,
sem asas,
nem vontade de explorar.
Não sabias que havia mais topo.
E ainda mais!
Igualmente, têm necessidade de cagar.
Quanto ao resto, já sabes:
As fezes obedecem à lei da gravidade.
Quando deres conta, só tens tempo de lhes ver a sombra...
Não preciso explicar como vai acabar.
De herói, a renegado.
De gozão, a gozado.
De chique, a borrado.
De castanho, pintado.
Se estiveres todo cagado, ninguém te vai querer cheirar.
Finalmente,
fica bem ciente,
o cheiro da merda é sempre igual.
seja de gente banal,
ou filho de ‘Fulano Tal’!
Dedicado aos meus professores do 6º ano.
Sem comentários:
Enviar um comentário