quarta-feira, janeiro 05, 2022

O monumento

A minha alienação é magnifica
Um monumento erguido à decadência
No alicerce da minha inexistência 
Ergo com orgulho esta construção épica
Olho de longe pelo óculo da malicia
Um mundo devotado à ignorância
Entrego-me ao conforto da preguiça
Dou aos homens a minha ausência 
Ofereço-lhes a minha negligência 
Paridos sem bom-senso e sem lógica  
Do ventre analfabeto da violência 
Deixo-os ir na torrente da demência
E guardo para mim o que a vida tem de mágica

1 comentário:

Parapeito disse...

Que belo monumento este à sua escrita.
Conseguir guardar o que a vida tem de mágica, só mesmo um sonhador, uma alma sábia. Gostei muito.
Brisas doces *