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segunda-feira, novembro 06, 2017
Pessoas caladas
Gosto de pessoas caladas. Que seguem os acontecimentos apenas com as cores do olhar, gravando os sons do movimento. Quietas. Sem julgar.
Marcam presença apenas com os seus olhos profundos fixados nas paredes do que os rodeia. Sem profanar aquilo que os outros julgam ser mundo.
Poucos são os que os notam, escondidos algures nas multidões gritantes. Rosto longínquo como quem tenta compreender uma linguagem estrangeira.
Vivem na solidão, como eremitas que se entregam somente ao conhecimento. Ninguém imagina os segredos que escondem atrás da capa da banalidade.
A voz de pouco lhes serve, senão para indicar que lhes sobra uma réstia de humanidade. O que têm a dizer nada interessa aos que lhes servem de camuflagem.
Os seus ensinamentos são como enigmas de compreensão impossível a quem não se importa com os segredos do Universo e lhe basta a própria pele.
Por tudo isto limitam-se apenas a aprender com os que nada sabem além de si, que na sua ignorância e comportamento, expressam lições de infinita sabedoria.
Quando me cruzo com eles, fixo-os de igual para igual sem esboçar uma palavra e deixo-lhes um cumprimento silencioso. Serve de algum consolo saber que afinal não somos únicos…
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2 comentários:
Face a este texto... Calo-me.
É verdade, é tão bom o silêncio...e há ruído por todo o lado, já é difícil ouvi-lo.
~CC~
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