Há algum tempo aderi à iniciativa Vamos escrever um conto? promovida pelo blog "Quando se abre um livro..."
O nosso conto foi escrito em conjunto por oito pessoas, sem grande experiência em que cada uma escrevia uma parte. Normalmente estas iniciativas não correm muito bem, mas neste caso acho que foi o oposto.
Coube-me a mim escrever o final, que pode ler a partir da página 11.
Gostei bastante do resultado. Sinceramente acho até que merecia uma continuação.
Deixo-vos com o início.
Podem ler, ou descarregar o conto completo aqu: https://www.dropbox.com/s/av5duopjrzpxjqn/CONTO%20FINAL%20A%20cidade.pdf?dl=0
Agradeço a vossa opinião!
Os raios de sol entravam pela janela do quarto, atravessando a cortina branca e fazendo antever outro esplêndido dia de final de primavera.
Eva desligou o despertador e decidiu aproveitar durante mais uns minutos o quente aconchego da sua cama. Era sexta-feira e o dia previa-se atarefado: de manhã teria de fazer as compras para a semana seguinte; para a tarde tinha agendadas duas sessões no Clube de Escrita, na biblioteca onde trabalhava; e à noite iria a um jantar com o grupo do voluntariado, antes de entrar ao serviço no bar-discoteca, onde trabalhava em part-time dois dias por semana.
Enquanto fitava o teto do quarto, não conseguiu impedir-se de recordar o que acontecera há onze meses atrás. Parecia ter decorrido uma eternidade desde a última noite que passara com ele antes da sua vida se desmoronar. As lembranças desses dias eram ainda dolorosas, tal como era insuportável a saudade que por vezes lhe regressava ao coração, apertando-o num nó cego, como se de uma corda se tratasse.
Em poucos dias, Eva passara de uma noiva feliz a uma solteira de coração destroçado. Caramba, Afonso engravidara a sua prima, a sua maldosa prima que só agia através de planos rebuscados e com o único objetivo de interferir na relação de ambos.
Depois do choque, da desilusão e do noivado desfeito, Eva enclausurara-se no seu quarto durante vários dias, sem querer ver ninguém. A pouco e pouco, à medida que os dias davam lugar a semanas, Eva retomou a sua vida, embora os seus sentimentos se assemelhassem a uma tempestade que teimava em não amenizar. Dois meses depois, cansada dos olhares de piedade e dos comentários intriguistas dos habitantes da sua aldeia, Eva abandonou a casa dos pais e mudou-se para a cidade, ficando no apartamento da sua amiga de infância, que estava vazio desde que esta fora estudar para Londres.
...
Continuação aqui
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