Cansei-me da multidão. Da nulidade de ser apenas mais um entre muitos. Transparente, invisível, sem conteúdo. Decidi refugiar-me no profano íntimo de mim mesmo e receber a visita da solidão, velha companheira, conselheira, amante em horas vadias.
– Tantos segredos tenho para te contar minha amiga. – Digo-lhe eu entre um sorriso melancólico.
– Tantos segredos tenho eu para te revelar pequeno aventureiro. – Responde-me ela como uma ninfa que acaricia um caminhante.
Navegamos os mares dos sentimentos. Descemos ao abismo da tristeza. Subimos a montanha da felicidade. Voamos no céu da sabedoria. Até que o tempo se esqueceu de nós…
A noite trouxe o silêncio de um mundo que se recolhe e também eu me entreguei ao sono. Deixei que a manhã me despertasse com a sua luz sorridente. Volto a ser mais um, levando na bagagem o elixir da diferença.
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1 comentário:
A solidão é o sustento das almas inquietas.
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