sábado, outubro 11, 2008

CALADO, QUIETO, PARADO


Decidi ficar calado.
Podia falar mas preferi ficar em silêncio
Deixei que os meus olhos falassem
Aquilo que a minha boca calou
Decidi também ficar quieto
Podia matar-te mas preferi ficar parado
Deixei que os meus olhos assassinassem
Aquilo que as minhas mãos não abateram
Decidi esperar
Podia agir mas preferi ficar à espera
Deixei que os meus olhos agissem
Por aquilo que o meu corpo esperou
Decidi olhar-te de frente
Podia odiar-te mas preferi olhar-te nos olhos
Deixei que estes mostrassem
O ser detestável que és…

2 comentários:

PEQUENINA disse...

Às vezes é preferivel deixar que os nossos olhos observem o que vai dentro de cada um... As acções de vingança não levam a nada... Apenas a constatação dos factos é a verdade dos actos consumados... Por mto má que uma pessoa seja, não devemos agir pelas nossas mãos... Há sempre um dia em que a justiça se faz... Pelas mãos da vida!

Anónimo disse...

Sempre na vida encontramos alguém que consideramos detestável,é quase uma inevitabilidade.Às vezes até na nossa própria família surge um ser que desprezamos profundamente e do qual gostariamos de estar bem longe.Ao contrário de ti eu não consigo olhar alguém que detesto nos olhos,evito o contacto visual pois o desprezo é de tal ordem que é para mim como inexistente,invisível e prefiro não confrontar.O silêncio é muitas vezes a única solução pois aprendi a dialogar apenas com as pessoas com quem possa aprender alguma coisa e intercambiar algo;as pessoas destestáveis para mim não têm nada a acrescentar à minha vida e prefiro não ouvi-las pronunciarem-se sequer pois dá-me asco tudo o que me possam dizer e todo o comportamento que possam adoptar.Também opto pela inércia ou ausência de movimento - apenas me movimento para gestos de ternura e carinho,a violência dispenso-a e relego-a para aqueles que se encontram num ringue de boxe ou num cenário de guerra.Em relação a usar o olhar é a velha história de podermos fulminar com ele mas muito sinceramente prefiro que do meu olhar não saiam faíscas em direcção a esses seres tristes e desprovidos de humanidade;tento que do meu olhar sempre saia luz em direcção aqueles que são dignos dela.Ódio sim é uma palavra do meu vocabulário que aprendi graças a alguém bem próximo de mim mas decididamente optei pelo Amor que aprendi também com alguém próximo.Esta ambivalência Amor/Ódio sempre me persiguirá mas sei que posso escolher aquilo que vou levar no meu coração.A opção é a única que eu podia fazer : quero amar quem assim o merecer e desprezar esses seres detestáveis que tiveram a infelicidade de vir ao mundo para perturbarem a vida de gente boa como tu e eu!bjos Tó