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quinta-feira, fevereiro 07, 2019
Trajectória implacável
O alvo foi escolhido. Numa mera fracção de segundo o cérebro tomou a decisão de o trespassar. Depois, com precisão matemática, calculou a distância, o peso e a velocidade. Sem hesitar, o dedo abateu-se sobre a frieza do gatilho. A flecha, despida do peso do sentir, atendeu ao seu propósito e voou sem hesitar.
O ar, atravessado pela trajectória implacável, não ofereceu resistência ao lancetar do projéctil em busca do seu objectivo. Aqueles que tomaram alguma atenção, ouviram um ligeiro assobio, como que a acompanhar o estalar da besta no seu disparo perfeito. Toda a beleza do engenhar do homem ao serviço das suas ambições.
O corpo, atingido pelo inesperado não teve tempo para questionar o porquê. Varado pela malícia humana caiu inerte. Sob a frágil capa do viver, nada o separou do perfurar irrepreensível da firmeza do arqueiro. “A seta lançada não volta atrás”. Não existe lugar para culpa na senda duma vontade cruel. Apenas o êxtase de mais um propósito consumado…
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poder
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