quinta-feira, outubro 11, 2018

Quem se julga apaixonado


Ando à procura da Lua, na noite amena do Outono calado.

Ando à procura de mim, sem pressa de me encontrar, no espelho do céu que escurece lentamente.

Ando à procura de um verso onde me sinta aconchegado, tal como um filho se sente amado no regaço quente da mãe.

Ando à procura das ruas que se esvaziam, purgadas das pessoas que fogem para a ilusão do seu lar.

Ando à procura do oculto, nas estrelas longínquas que desenham os sonhos de quem se julga apaixonado.

Ando à procura das cores que se escondem na noite, como quem acredita na mais profunda felicidade.

Ando à procura de um nome, escrito a dor, no ser incompleto e na pele cicatrizada.

Ando à procura do vazio mais perfeito, sem encontro possível para quem sente a alma inquieta.

Ando à procura do que não sei, porque tudo que conheço não interessa.

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