quinta-feira, abril 20, 2017

Lápis do infinito


Dei por mim a mendigar carinho. Ainda pior! Como um proscrito a suplicar companhia. Esqueci-me do universo que há em mim para me rebaixar à pequenez da condição humana, com medo da solidão, a buscar uma migalha de atenção.
Deu-me nojo da minha pessoa.
Virei as costas ao rosto que desejava cativar a meio de uma conversa qualquer. Na minha vergonha esperei vir a tempo de recuperar a dignidade. Como um pecador arrependido penitenciei-me pela minha falta contra a gnose.
Onde estão os meus sonhos?
O que tornou a minha vontade casta?
Onde estou eu?
Tornei-me invisível aos olhos dos carnais. Recolhi-me aos confins da minha essência. Entreguei-me despido de rótulos à forja da minha criação e numa réstia de humildade implorei para renascer.
Pó das estrelas com figura de gente. Carne desenhada com o lápis do infinito. Entendimento gerado na ideia da criação. Assim sou eu!
Rogo à sabedoria para nunca me esquecer dessa verdade…

2 comentários:

Anónimo disse...

nem todos conseguem ter a consciência para saber isso!

boa noite

Unknown disse...

Estás a crescer...