sexta-feira, dezembro 20, 2013

Paralelismos

I
Olhou para cima e reparou nas longas escadas que levavam ao cimo do prédio.
A escadaria que levava ao último andar era comprida e com toda a certeza cansativa.
II
Colocou o pé no degrau e deu o primeiro passo de muitos daquela longa subida
Respirou fundo, engoliu em seco e começou a subir lentamente degrau atrás degrau.
III
Seguia devagar enquanto procurava limpar a mente de qualquer tipo de pensamentos.
Sentia um turbilhão de emoções, não sabia o que esperar, a ansiedade tomava conta de si.
IV
No fim da demorada subida sentiu um medo gélido a acompanhar a respiração ofegante.
Caminhou lentamente até ao topo mas isso não impediu que acusasse o cansaço.
V
À sua frente estava a porta do apartamento sem saber o que o esperava lá dentro.
Olhou para a porta do apartamento e tremeu. O que estava lá dentro era uma incógnita.
VI
Levou a mão ao bolso e tirou a chave que guardava esperando nunca ter de utilizar.
Abriu a bolsa e procurou a chave. Não podia hesitar por isso meteu-a na fechadura.
VII
Rodou a fechadura e a porta abriu soltando um ranger que acusava falta de uso.
O ranger fantasmagórico que se ouviu quando empurrou a porta fê-la estremecer.
VIII
Lá dentro, por entre a obscuridade, distinguiu um vulto feminino caído no chão.
Um corpo masculino que jazia no chão distinguia-se na sala pouco iluminada.
IX
O seu coração parou perante o cenário e uma lágrima começou a escorrer-lhe pela face.
O seu coração disparou perante o cenário e um sorriso aberto pintou-se no rosto.
X
Baixou-se acariciando o rosto da mulher que parecia dormir, beijando-lhe os lábios frios.
Baixou-se e levou os dedos à testa do homem sentindo o buraco da bala que o matara.
XI
Depois pegou-lhe na mão delicadamente e tirou-lhe um anel que parecia ter luz própria.
Depois, do pescoço do cadáver arrancou um fio de ouro. Enfim tinha sido feita justiça.
XII
Saiu de seguida fechando a porta atrás de si na esperança de esquecer aquele lugar.
Saiu de seguida fechando a porta atrás de si, finalmente podia sentir verdadeira paz.


Gostava de ver alguém construir a sua versão...

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