sábado, novembro 09, 2013

PORTAS DA FANTASIA


A chuva que caia lá fora fez com que se recolhesse ao conforto dos seus aposentos. Sentado na poltrona deixou-se tomar pelo calor que provinha da sala. As suas pálpebras começaram a cair. O corpo foi ficando relaxado e o sono não tardou em chegar.
Foi assim que entrou de mansinho no mundo dos sonhos. Atravessou as portas da fantasia pairando no seu voo pelo imprevisível. Conhecia bem aquela sensação em que a voz de Morpheus o atraía, ao mesmo tempo que lhe sussurrava segredos encantados sobre o universo.
Aquele era o seu verdadeiro refúgio. Nas profundezas do adormecer, nos mistérios da sua própria mente embalada por magia. Perdido algures por entre os mundos infinitos que se escondem no seu sono ele encontra-se a ele mesmo. Já não é um simples individuo. Torna-se num ser encantado sem limites nem fronteiras, sem tempo ou medos, onde tudo se transforma em descoberta.
Então chegou o acordar. Os seus olhos abriram-se trazendo-o de volta ao nosso mundo. Um breve momento de confusão prendeu-o entre as duas realidades. Queria ficar onde estava, entre os sonhos, mas não teve outra opção senão despertar. Tinha de ser. Tinha a certeza que em breve ia voltar. Aliás, aquele seria sempre o seu refúgio, para onde voltaria vezes sem conta sem que os outros o soubessem. 
No entanto, por agora era altura de acordar. Sabia que tinha em si conhecimentos que o engrandeciam e uma vontade indomável de viver…


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