As bruxas saíram de casa sorrateiras, ao fim do entardecer. Onde,
no início do anoitecer marcaram o encontro. Foram caladas, no silêncio, despercebidas, para que não as perseguissem com a intolerância da inquisição.
Emaranharam-se por entre a mata dentro, por trilhos que só
elas conheciam, em busca de um círculo mágico que a natureza lhes brindava. Iam,
apressadas, sussurrando ladainhas imperceptíveis.
Ninguém sabia o nome delas. Naquele momento deixavam de ser
simples mulheres, para passar a incutir medo em quem delas ouvia falar.
Aconchegadas pelo crepúsculo praticaram as suas artes,
ocultas, tenebrosas. De que trataram naquele momento, apenas se sabiam rumores,
ditos com receio entre comadres alcoviteiras.
Assim se foram acumulando as suas histórias passadas de pais
para filhos, avós para netos, ano para ano, década para década, desaguando nos
dias de hoje. Onde estarão elas agora? Será que, tal como as suas histórias,
sobreviveram de geração em geração? Questiono-me, enquanto olho as estrelas que
na noite desenham os segredos do universo…
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